Para a psicóloga, o mais importante é “identificar e reconhecer a mentira como um hábito patológico e analisar a sua frequência, uma vez que a mentira excessiva é um sintoma comum de diversas doenças mentais. Este tipo de comportamento é causado por um transtorno psicológico, no qual existe uma eventual simulação, omissão ou distorção da verdade que normalmente é praticada por indivíduos saudáveis”.

“Sabe-se que as principais causas da mentira patológica são decorrentes de traços da personalidade, problemas nas relações familiares e experiências stressantes ou traumáticas. Por exemplo, pessoas que sofrem de transtorno da personalidade antissocial normalmente mentem para se beneficiar junto dos outros. Alguns indivíduos com esta perturbação podem mentir para chamar a atenção, alegando que eles foram mal tratados ou pressionados”, explica Júlia Machado.

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“A exclusão é frequente nestas situações, contudo são precisamente as pessoas que rodeiam o mitómano que o podem ajudar. Devem valorizar as atitudes verdadeiras e desvalorizar sempre a mentira”, aconselha a psicóloga, reforçando ainda que “é difícil estar com a pessoa que tem este transtorno mas devemos sempre incentivá-la a pedir ajuda para que reconheça que está a ter consequências negativas na sua vida”.

O tratamento da mitomania envolve o acompanhamento psicológico e a toma de psicofármacos, nos casos em que o doente apresenta também outros quadros psíquicos como ansiedade ou depressão. O diagnóstico da patologia é feito por um médico psiquiatra e um psicoterapeuta.

A mitomania é um distúrbio psicológico na qual o doente possui uma obsessão compulsiva pela mentira. A patologia foi identificada, pela primeira vez, em 1905 pelo psiquiatra francês Ernest Dupré.