Os medicamentos feitos a partir de plasma português estão disponíveis desde o início do ano, mas ainda não estão a ser usados pelos hospitais. A notícia é avançada hoje pelo jornal Público.

Até agora, todos os fármacos derivados de plasma eram importados.

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Segundo o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), estes medicamentos vão permitir poupar ao Estado cerca de dois milhões de euros.

Os fármacos ainda não podem ser utilizados por uma questão de tramitação legal. Entre as medidas a adoptar, está a criação de uma tabela de preços para os medicamentos de origem nacional, escreve o referido jornal.

Essa tabela será publicada em Diário da República, segundo fonte do IPST.

Portugal tem cerca de 256 mil dadores de sangue por ano e o plasma é aproveitado a partir dessas dádivas.

Os medicamentos em causa - albumina humana, imunoglobulina humana e factor VIII - foram entregues no final de 2018 pela Octapharma, empresa que ganhou o concurso para o fraccionamento de 30 mil litros de plasma português.

Que fármacos são estes?

Os medicamentos derivados do plasma humano constituem um grupo particular e diferenciado dentro das especialidades farmacêuticas.

Este tipo de fármacos é usado diariamente no tratamento de doenças auto-imunes, oncológicas, hemofilia e tratamento de queimados.

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estes medicamentos são constituídos por proteínas plasmáticas de interesse terapêutico que não se podem sintetizar por métodos convencionais, pelo que são obtidos de plasma de dadores humanos sãos, através de um processo tecnológico adequado de fracionamento e purificação.

A OMS considera como medicamentos essenciais quatro hemoderivados, sendo eles: a albumina humana, que é usada no choque hipovolémico, diálise hepática, no tratamento de grandes queimados e em terapêutica intensiva, as imunoglobulinas poliespecíficas usadas em doentes com VIH/Sida, doenças autoimunes e os fatores de coagulação.

Além destes quatro hemoderivados de base, existem outros hemoderivados, como são exemplo as proteínas de coagulação, proteínas de anticoagulação e imunoglobulinas específicas.