“Sim, é assim”, disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, numa conferência de imprensa por telefone.

Dmitri Peskov evitou dar mais pormenores sobre o assunto, mas garantiu que as autoridades russas “entendem” a vontade de alguns líderes estrangeiros de não serem submetidos aos testes PCR realizados por médicos russos.

“Não tem que ver com política aqui. Todos percebem perfeitamente e isso não impede as negociações [sobre a crise na Ucrânia], que é o mais importante”, indicou o porta-voz do Kremlin.

A imprensa revelou no dia anterior que Emmanuel Macron não queria fazer o teste PCR solicitado pelo Kremlin antes do encontro com Vladimir Putin, pelo qual foi imposta uma grande distância entre os dois chefes de Estado para evitar um possível contágio por covid-19.

Fontes do Palácio do Eliseu indicaram que “as condições protocolares que teriam permitido um encontro com os dois chefes de Estado com menor distância (…) não eram aceitáveis, nem compatíveis, com os problemas de agenda” de Emmanuel Macron.

O Kremlin explicou esta sexta-feira que a longa mesa que separou dos dois presidentes durante a reunião sobre a crise na Ucrânia visava respeitar a distância sanitária, depois de o chefe de Estado francês ter-se recusado em realizar um teste PCR na Rússia.

Fontes francesas recusaram-se a confirmar se, como alguns meios de comunicação social têm indicado, a recusa de Emmanuel Macron foi para a Rússia não obter o seu DNA (ácido desoxirribonucleico).

As imagens dos dois presidentes sentados em cada ponta de uma mesa branca de seis metros de comprimento provocaram muitos comentários, alguns olhando para isso como um sinal de frieza de Vladimir Putin em relação a Emmanuel Macron.

“Alguns seguem as próprias regras […]. Mas, neste caso, é aplicado um protocolo de saúde para proteger a saúde do nosso Presidente e do seu anfitrião”, acrescentou Dmitri Peskov.

As negociações entre Vladimir Putin e Emmanuel Macron duraram mais de cinco horas na última segunda-feira e terminaram com uma conferência de imprensa conjunta no Kremlin, na qual ambos também cumpriram uma distância sanitária considerável.