Sali Hafiz transmitiu ao vivo em vídeo o assalto, no qual se vê a mulher a gritar com os funcionários do banco para que entreguem o dinheiro. "O meu nome é Sali Hafiz, vim hoje (...) recolher os depósitos da minha irmã que está a morrer no hospital", diz no vídeo.

"Não vim para matar ninguém ou iniciar um tiroteio (...) Vim reivindicar os meus direitos", acrescenta.

O Líbano regista uma série de assaltos de clientes cujas economias foram bloqueadas em bancos há quase três anos devido à grave crise económica do país.

A mulher imediatamente tornou-se uma heroína nas redes sociais do Líbano, onde muitos estão desesperados por estarem privados do seu dinheiro, ao mesmo tempo que estão irritados com o setor bancário que consideram corrupto.

Uma segunda mulher que aparece no vídeo afirma ter conseguido mais de 13.000 euros. Outro homem atrás carregava o que pareciam ser maços de notas enroladas em plástico.

Sali Hafiz (green shoes), is pictured inside a bank in the Lebanese capital Beirut, after she stormed it demanding access to her sister's deposits to allegedly pay for her hospital fees, on September 14, 2022. Lebanese banks since 2019 have gradually imposed draconian controls on deposits, effectively locking customers out of their foreign currency savings, in a move that has spurred a series of bank heists by Lebanese trying to reclaim access to their money.

Um correspondente da AFP no local afirma que os assaltantes atiraram gasolina para dentro do banco durante o assalto.

Uma arma também foi encontrada no chão, embora não tenha ficado imediatamente claro se era real.

O correspondente disse que Hafiz e os seus supostos cúmplices conseguiram escapar por um vidro partido antes da chegada das forças de segurança. O assalto durou menos de uma hora.

No mês passado, um libanês despertou simpatia depois de assaltar um banco em Beirute com uma arma e reter funcionários e clientes por horas para obter parte dos seus 200.000 euros em ativos congelados para pagar as contas do hospital do seu pai doente. O homem foi preso, mas rapidamente libertado.

Em janeiro, outro cliente deteve dezenas de pessoas no leste do Líbano depois de saber que não poderia retirar as suas economias em moeda estrangeira.

Os média locais informaram que ele finalmente conseguiu algumas das suas economias, tendo-se depois entregado às forças de segurança.

O Líbano mergulhou em 2019 na sua pior crise económica. A moeda local perdeu quase 90% do seu valor no mercado paralelo e a pobreza e o desemprego dispararam.