O estado de emergência é declarado com frequência em Itália, depois de terramotos ou inundações. É um mecanismo que permite ativar fundos e mobilizar organismos, como a Defesa Civil, com o objetivo de preparar estruturas de acolhimento de pessoas.

Itália confirmou na quinta-feira (30) dois casos no país do novo coronavírus e suspendeu todos os voos provenientes ou com destino à China, apesar da oposição às restrições de voos manifestada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Como noutros países, temos dois casos confirmados do novo coronavírus. São dois turistas chineses que chegaram há alguns dias [a Itália]”, afirmou o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, citado pela agência France-Presse, acrescentando que a decisão de fechar o espaço aéreo italiano a voos “de e para” a China foi a “título de precaução”.

Itália foi o quarto país europeu a confirmar casos da infeção vírica, depois de França, Alemanha e Finlândia. Entretanto o vírus já chegou ao Reino Unido.

A OMS opôs-se à restrição de viagens, apesar de o surto do novo coronavírus na China ter sido declarado uma emergência de saúde pública internacional.

“A OMS não recomenda a restrição de viagens, trocas comerciais e movimentos [de pessoas] e opõe-se mesmo a todas as restrições de viagens”, afirmou o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em conferência de imprensa, na sede da organização, em Genebra, Suíça.

Justificando a declaração de emergência de saúde pública internacional, decidida pela organização, o diretor-geral da OMS disse que a “grande preocupação é a possibilidade de o vírus se propagar a países onde os sistemas de saúde são mais frágeis”.

Ghebreyesus adiantou que “não se trata de um voto de desconfiança” em relação à China.

A decisão da OMS foi conhecida após o Comité de Emergência, formado por vários peritos, incluindo chineses, se ter reunido novamente, depois de há uma semana ter considerado prematura a emergência internacional.

O comité assinala, em comunicado, que as restrições à circulação de pessoas e bens durante uma emergência de saúde pública internacional podem ser ineficazes, perturbar a distribuição de ajuda e ter “efeitos negativos” na economia dos países atingidos.