O trabalho, denominado “Dor Crónica e Sensibilização Central em Doentes com Osteoartrose – Da Dinâmica Cerebral aos Resultados Clínicos” teve como objetivo a realização de um projeto de translação em que a investigação experimental em dor encontrasse a investigação clínica.

Relativamente à escolha para a análise de doentes com artrose do joelho, Joana Barroso explica que não foi aleatória, uma vez que “estes doentes foram escolhidos porque se sabe que na dor crónica há adaptação do sistema nervoso central, pelo que é seguro afirmar que a dor crónica deve ser entendida não só como uma alteração percetual, mas também como uma consequência da reorganização do sistema nervoso central”.

“Durante o estudo, percebemos que, após a cirurgia de prótese, a grande maioria dos doentes fica sem dor, no entanto entre 20 a 30% dos doentes mantêm queixas, mesmo que aparentemente não haja nenhum estímulo, ou seja a prótese está bem do ponto de vista ortopédico. Deste modo, acreditamos que o responsável desconhecido nesta equação seja o cérebro e a sensibilização à dor que decorreu previamente”, esclarece a investigadora.

Joana Barroso explica ainda que “este trabalho possibilita que, no futuro, sejam descobertos neuromarcadores imagiológicos que permitam, não só responsabilizar alguns sistemas do cérebro pela dor, como também abrir novos caminhos no seu tratamento”.

A Bolsa para Jovens Investigadores em Dor é uma iniciativa da Fundação Grünenthal e todos os projetos são submetidos à apreciação por um júri que avalia, entre outros fatores, a pertinência e a originalidade da pergunta de investigação, incluindo a importância e possíveis repercussões científicas e sociais do projeto em si, e também a qualidade do plano de investigação.

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