A maioria dos portugueses – 85,5% - é a favor da discussão do tema mesmo que apenas 13,6% dos inquiridos admita conhecer perfeitamente o assunto, enquanto 56,5% diz conhecer o tema razoavelmente.
Segundo o estudo, 80,8% dos inquiridos são a favor de um possível referendo, sendo que destes, 67,8% votariam a favor da despenalização e, caso a despenalização avançasse, 61,1% dos portugueses considera que esta deveria ser administrada pelos médicos. Menos de um terço (27,1%) considera que o procedimento deveria ser feiti pelo próprio e 11,8% por familiares.
No que toca à condição psicológica dos doentes, a maioria – 73,9% - considera que deve haver avaliação psicológica.
Relativamente à decisão final sobre a existência ou não de eutanásia, 75,8% dos inquiridos considera que esta deve ser tomada pelo doente.
O local onde a eutanásia deve ocorrer seria, para 36,9%, um hospital, seguido por outra opção à escolha do doente (31,3%).
Parlamento reúne-se para debater tema
A Assembleia da República debate e vota esta quinta-feira os cinco projetos de lei para a despenalização da morte assistida - BE, PS, PAN, PEV e Iniciativa Liberal - que preveem essa possibilidade, mas sob diversas condições.
Todos os diplomas preveem que só podem pedir a morte medicamente assistida, através de um médico, pessoas maiores de 18 anos, sem problemas ou doenças mentais, em situação de sofrimento e com doença incurável.
Propõem também a despenalização de quem pratica a morte assistida, nas condições definidas na lei, garantindo-se a objeção de consciência para os médicos e enfermeiros.
Em curso, estava já a recolha de assinaturas por um grupo de cidadãos para a realização de um referendo sobre a matéria, que tem o apoio da Igreja Católica. Dos partidos com representação parlamentar, apenas o CDS-PP e o Chega apoiam a ideia, assim como de várias figuras do PSD, incluindo ex-líderes como Cavaco Silva, Manuela Ferreira Leite ou Pedro Passos Coelho.
Quando resulta de iniciativa popular, a proposta de referendo tem de ser subscrita por um mínimo de 60.000 cidadãos eleitores portugueses, regularmente recenseados no território nacional.
Amostragem
O estudo obedeceu a uma seleção aleatória, estratificada e polietápica dos pontos de amostragem e dos entrevistados, proporcional aos dados dos Censos do INE – 2011. 53% dos inquiridos eram do sexo feminino, 47% do masculino.
Quanto às idades, 10% dos inquiridos tinha entre 18 e 24 anos; 34,9% tinha entre 25 e 44 anos; 32,2% tinha entre 45 e 64 anos; 22,9% tinha 65 ou mais anos.
O estudo foi realizado por via dos métodos CATI (Telefónico) E CAWI (online) a uma base de dados de utilizadores registados na plataforma da multidados.com. Foram recolhidas e validadas 1000 respostas entre os dias 14 e 19 de fevereiro de 2020.
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