A IL agendou para hoje um debate no parlamento intitulado “SOS SNS” e apresentou cinco iniciativas legislativas, debate em que está presente a ministra da Saúde, Marta Temido, e para o qual Chega, BE, PCP, PAN e Livre arrastaram os seus diplomas sobre o tema.
“Este debate de hoje mostra que há alternativas e que é possível responder ao SOS mesmo antes de reformar estruturalmente o sistema, mas já sabemos que hoje o PS vai assobiar para o ar, vai estar entretido nas brigas internas, vai fingir que está tudo bem e vai usar fórmula que a máquina de propaganda mandou usar: foi o PS que fundou o SNS”, disse João Cotrim Figueiredo.
Se continuar assim, segundo o deputado liberal, “sem mudanças e sem reformas” na saúde em Portugal, o que se irá “dizer em breve é que o PS afundou o SNS”.
“É um péssimo sinal que no dia em que a Assembleia da República dedica uma agenda totalmente ao tema da saúde, o país político e mediático esteja entretido com o triste espetáculo das lutas internas do PS e com as brigas dentro de um Governo de maioria absoluta que está em colapso escassos três meses depois de tomar posse porque o colapso que verdadeiramente interessa aos portugueses que seja discutido é o colapso do SNS”, lamentou, referindo-se ao caso que marca o dia devido à decisão sobre o novo aeroporto.
Na análise de João Cotrim Figueiredo, “o caos das últimas semanas é um autêntico grito de alerta, é de facto um SOS”.
“Quem decidir não responder a este SOS, quem ignorar os crescentes sinais de rutura do sistema ao longo dos últimos anos, quem não quiser reformar o SNS será corresponsável por este colapso”, alertou.
Foi por isso mesmo que os liberais, de acordo com o seu presidente, que a IL agendou "bem antes dos problemas de junho este debate potestativo para que cada partido tivesse oportunidade de responder a este SOS e assumisse as suas responsabilidades".
"A prova que o debate era necessário é que todos os partidos aproveitaram para apresentarem numerosas propostas. Todos menos o PS, que prefere as brigas internas, assobiar para o ar e ignorar o alerta, e o PSD que está fechado para obras", criticou.
Nos pedidos de esclarecimento, o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, criticou uma "maioria absoluta que traz o país em sobressalto", do qual a saúde é um dos exemplos, condenando também que os liberais não façam uma única proposta para fixar profissionais de saúde e afirmando que "quanto mais o PS se aproxima das propostas da IL" de abrir a saúde a privados, "pior fica a saúde pública".
"A Iniciativa Liberal não quer mais saúde, quer mais negócio e quer fazê-lo à custa do SNS", acusou o bloquista
Pelo PSD, a deputada Cláudia Bento, considerou que o SNS "está apático, desestruturado e doente", lamentando que o "cenário cor-de-rosa" que o PS pinta não o seja e defendendo que todos os recursos na saúde devem estar ao serviço dos utentes, sejam públicos, privados ou do setor social.
Na análise dos sociais-democratas, a maior parte das iniciativas da IL em discussão neste debate, "apresentam soluções insuficientes à resolução dos problemas", a não ser o projeto de lei sobre as USF de modelo C.
Numa intervenção desde o púlpito, o presidente do Chega, André Ventura, insistiu na falta de condições que a ministra da Saúde tem para continuar no Governo, considerando que Marta Temido perdeu a confiança dos portugueses e que se mantém no cargo “apenas por teimosia” do primeiro-ministro.
“A senhora ministra está sentada neste lugar já não é por confiança dos portugueses, é apenas por teimosia de um primeiro-ministro chamado António Costa”, afirmou André Ventura dirigindo-se a Marta Temido.
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