As autoridades indianas comunicaram a existência de uma nova variante do coronavírus, a Delta Plus, já em circulação em vários países, entre eles Portugal. Trata-se de uma mutação da variante Delta - a estirpe que atualmente já é dominante na região de Lisboa e Vale do Tejo e uma das responsáveis pelo aumento do número de novos casos nas últimas semanas em Portugal.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda não se pronunciou publicamente sobre esta nova variante, que é tida como "variante de interesse" pelas autoridades indianas.
Citado pelo Hindustan Times, o Governo indiano adianta que a variante circulará em nove países para além da Índia: Portugal, EUA, Reino Unido, Suíça, Japão, Polónia, Nepal, China e Rússia.
A variante Delta plus também é chamada de estirpe B.1.617.2.1 ou AY.1. Entre os novos detalhes revelados sobre a variante Delta Plus, o mais notável é o facto de que a nova estirpe é resistente a alguns tratamentos com anticorpos monoclonais, escreve a referida publicação.
As autoridades de saúde portuguesas não se pronunciaram até ao momento sobre estas informações.
A nova variante foi identificada em pelo menos 22 pessoas de três estados da Índia, um dos países mais atingidos pela pandemia, anunciou o secretário de Estado da Saúde, Rajesh Bhushan, numa conferência de imprensa.
Segundo o Governo da Índia, a nova estirpe mutante é ainda "mais transmissível" do que a variante Delta que já estava presente em 92 países, revelam dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de segunda-feira.
Segundo um comunicado do governo indiano, citado pelo jornal Hindustan Times, a nova variante tem como características o "aumento de transmissibilidade" e uma "provável redução de resposta dos anticorpos".
Para travar a variante Delta Plus, as autoridades de saúde indiana pediram o aumento da testagem e aceleração da campanha de vacinação. O jornal escreve que o Governo foi aconselhado ainda a tomar medidas de confinamento imediato, de forma a evitar aglomerações.
O Consórcio indiano sobre Genoma (INSACOG, no original) considerou esta mutação “uma variante de preocupação”, apontando que pode ser ainda mais transmissível do que a variante Delta e reduzir a resposta imunitária.
Segundo os últimos dados disponibilizados, Portugal continental regista atualmente 306 surtos de COVID-19 ativos, incluindo dois em instituições de saúde, seis em lares e 136 em estabelecimentos de educação e ensino, indicam dados da Direção-Geral da Saúde avançados à agência Lusa. Mais de metade são em Lisboa.
A Índia viveu uma segunda vaga devastadora da pandemia, que atingiu o pico em meados de maio, com mais de 400 mil novos casos por dia, muito por causa da variante Delta, mas a curva de contágio tem vindo a descer. De acordo com os dados divulgados hoje pelo Ministério da Saúde indiano, o total de casos ativos desceu para 643.194, o valor mais baixo nos últimos 82 dias.
O número de pessoas que recuperaram da doença nas últimas 24 horas (68.817) ultrapassou o número de novos casos pelo 41.º dia consecutivo, informou ainda o Ministério. A taxa de positividade dos testes de diagnóstico do novo coronavírus permanece abaixo dos 5% há 16 dias consecutivos, rondando atualmente os 2,67%, de acordo com a mesma nota.
A pandemia de COVID-19 provocou, pelo menos, 3.875.359 mortos no mundo, resultantes de mais de 178,6 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.074 pessoas e foram confirmados 866.826 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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