10 de abril de 2013 - 14h16
 Cerca de 80% dos enfermeiros dos hospitais de Évora e Beja com contrato individual de trabalho aderiu à greve que decorre hoje, em protesto contra a falta de atualização dos seus salários, revelou um sindicalista.
O coordenador do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) no Alentejo, Edgar Santos, lembrou à agência Lusa que a greve já está a decorrer, desde terça-feira, no Hospital de Évora.
“Até agora, temos uma média de 80% nos quatro turnos do Hospital de Évora que já foram abrangidos”, disse, explicando que, na unidade hospitalar de Beja, que só hoje iniciou o protesto, a adesão situa-se também “nos 80% no primeiro turno”.
A greve dos enfermeiros com contrato individual de trabalho estende-se também hoje a outro hospital alentejano, o de Portalegre, mas com menor adesão.
“Pelo que sabemos, em Portalegre estão em greve 10 dos 155 colegas com contratos individuais de trabalho”, disse Edgar Santos.
Ainda assim, o SEP manifestou-se “satisfeito” com a adesão à paralisação: “A grande maioria dos enfermeiros está em greve e os colegas têm vontade de continuar a luta, caso não obtenhamos respostas”.
Os enfermeiros protestam contra o facto de não terem sido alvo de “um reposicionamento dos salários”, para que sejam “idênticos” aos dos enfermeiros com contratos de funções públicas.
Segundo Edgar Santos, estes profissionais “ganham menos do que os colegas com vínculo à administração pública, apesar de terem o mesmo tempo de carreira e trabalharem lado a lado”.
“O vencimento dos outros colegas foi atualizado em janeiro, para cerca de 1.201 euros, mas os que estão com contrato individual de trabalho ganham 1.020 euros”, esclareceu.
Na terça-feira, uma delegação representativa dos enfermeiros do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) entregou um documento ao conselho de administração daquela unidade exigindo a atualização salarial.
Um documento idêntico foi hoje entregue na Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, em Évora, relativo aos enfermeiros dos três hospitais da região.
Numa nota enviada aos jornalistas, na terça-feira, o conselho de administração do HESE disse estar a cumprir a legislação em vigor.
A “determinação das posições remuneratórias e respetiva remuneração” dos enfermeiros com contrato individual de trabalho, realçou o HESE, “deverão ser fixadas em instrumento de regulamentação coletiva”, o qual “até à presente data ainda não foi publicado.
Lusa