As idas às urgências diminuíram de uma forma geral em todo o país, mas há unidades a receber casos mais graves. A notícia é avançada pelo jornal Público.
Segundo o referido meio de comunicação, no Hospital Dona Estefânia, o número de população em idade pediátrica que recorreu à urgência e que teve contacto com a pedopsiquiatria, apresentando problemas de ansiedade e humor, aumentou quase 50% no início do ano, face aos dois primeiros meses de 2020.
Por outro lado, doentes que já tinham patologia psiquiátrica e estavam estabilizados estão a chegar ao Hospital Júlio de Matos, em Lisboa, com um agravamento de sintomas de ansiedade, depressão, insónia e alguns são internados com situações mais graves impostas pelo isolamento.
"Ao fim de um ano de pandemia [COVID-19], realmente verificámos que há uma maior procura dos serviços nesta fase por alguns doentes" ao contrário do que aconteceu no início em que houve "uma grande restrição" dos doentes em ir ao serviço de urgência e às consultas, disse em entrevista à agência Lusa Joana Teixeira, médica psiquiatra do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL).
Segundo a especialista, "as pessoas isolaram-se e mesmo necessitando evitaram muitas vezes" ir ao hospital com receio de contrair COVID-19.
"Agora nesta segunda fase [da pandemia] já se nota um maior cansaço das pessoas, já estão mais, não só sobrecarregadas do ponto vista da perturbação mental, já têm mais sintomas e vêm mais procurar ajuda porque realmente está a ser muito difícil lidar com o sofrimento no isolamento e, portanto, agora já verificámos um aumento do pedido de seguimento em consultas", disse a especialista.
A pandemia de COVID-19 provocou, pelo menos, 2.539.505 mortos no mundo, resultantes de mais de 114,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.389 pessoas dos 805.647 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Portugal já vacinou 603.486 pessoas com a primeira dose contra a COVID-19, com 168.798 a serem vacinadas na última semana, das quais, 265.281 pessoas já têm a vacinação completa, informou o Ministério da Saúde.
As mais de 600 mil pessoas já vacinadas com a primeira dose correspondem a 6% da população, enquanto as mais de 265 mil pessoas com vacinação completa equivalem a 3%, tendo sido administradas 15.134 segundas doses na última semana.
Os dados revelados através do relatório da vacinação contra a COVID-19 mostram que, do total de 1.002.999 doses recebidas, foram distribuídas até domingo (28 de fevereiro) 933.847 doses.
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