"Relativamente ao surto de pneumonia por novo Coronavírus (2019-nCoV), com início na China, a Direção-Geral da Saúde informa que está a ser avaliado o primeiro caso suspeito de infeção por novo Coronavírus (2019-nCoV) em Portugal", afirma a DGS, numa nota publicada na sua página da internet.
Segundo a informação, este doente regressou no sábado da China, onde esteve nos últimos dias em Wuhan, a cidade onde foi detetado inicialmente o vírus, e encontra-se "sob observação" no Hospital Curry Cabral, unidade de "referência para estas situações".
A Direção-Geral da Saúde indica ainda que a situação clínica do doente "está estável", aguardando-se os resultados das análises laboratoriais em curso.
O novo vírus, que causa pneumonia, foi detetado na China no final de 2019, e já provocou a morte a pelo menos 41 pessoas.
Os primeiros casos apareceram exatamente em Wuhan, uma cidade com 11 milhões de habitantes e capital da província de Hubei, no centro do país.
O vírus já matou 41 pessoas na China e infetou mais de 1.300 em vários países.
Além do território chinês, foram confirmados casos em Macau, Hong Kong, Tailândia, Taiwan, Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos, Malásia, França e Austrália.
As autoridades chinesas consideram que o país está no ponto "mais crítico" no que toca à prevenção e controlo do vírus e colocaram em quarentena 13 cidades.
Os sintomas associados à infeção causada por este novo coronavírus são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, incluindo falta de ar.
Em Portugal, a DGS já tinha ativado os dispositivos de saúde pública de prevenção, enquanto o Centro Europeu de Controlo de Doenças elevou para “moderado” o risco de contágio na União Europeia, continuando a monitorizar a situação e a realizar avaliações rápidas de risco.
Uma fonte do gabinete da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, disse este sábado à Lusa que as autoridades portuguesas estão a cooperar com outros países europeus para reforçar o apoio aos cidadãos nacionais que se encontram em Wuhan e admitiu a possibilidade de serem retirados daquela cidade.
Um dos cenários, adiantou a mesma fonte, é o de retirar os portugueses daquela cidade, “se isso for viável à luz das regras de saúde pública”.
Duas dezenas de portugueses tinham sido referenciados na sexta-feira, pelo Governo, como residentes ou em visita a Wuhan.
Segundo o gabinete governamental, destes 20 cidadãos, “14 pessoas estavam já registadas como residentes em Wuhan junto da embaixada de Portugal em Pequim”.
A embaixada tem remetido “para as recomendações formuladas no Portal das Comunidades Portuguesas”.
No alerta, publicado no portal na passada quinta-feira, as autoridades portuguesas recomendam aos viajantes que “reconsiderem a realização de deslocações não essenciais à China”.
“Em geral, os viajantes devem permanecer atentos ao constante evoluir da situação, bem como às informações divulgadas nos portais da Direção-Geral da Saúde, do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) e da Organização Mundial da Saúde”, lê-se ainda na mensagem.
Além disso, o Portal das Comunidades aconselha o registo das deslocações na aplicação Registo Viajante, e pede aos residentes, que caso não o tenham ainda feito, procedam à sua inscrição consular ou à respetiva atualização junto do posto com jurisdição sobre a área de residência.
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