Em Portugal, o consumo de bebidas alcoólicas ainda é a principal causa de doença hepática. “A nossa preocupação é manter o assunto sempre vivo. Com a junção das duas associações vamos poder usufruir do conhecimento entre os hepatologistas dos dois países ibéricos, uma vez que os nossos povos têm hábitos muito similares e onde a problemática que vamos discutir nos afeta igualmente. Creio que no final todos os participantes deste meeting sairão muito mais enriquecidos em termos de conhecimentos, para poderem aplicá-los no seu dia a dia”, explica José Presa, presidente da APEF.

E acrescenta: “O consumo do álcool impacta largamente a saúde do fígado. Começa pela acumulação de gordura no fígado, que se chama de esteatose hepática, e se mantivermos os consumos, evolui para formas mais avançadas de doença, como hepatite alcoólica, cirrose hepática e por fim o carcinoma hepatocelular. Metade das mortes ocorrem em indivíduos com menos de 65 anos”.

Para mais informações sobre o Joint Meeting APEF-AEEH On Alcohol-Related Liver Disease: https://apef.com.pt/events/joint-meeting-apef-aeeh-on-alcohol-related-liver-disease/

Segundo os dados do relatório do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), de 2020, o consumo de álcool é mais elevado por parte dos homens, com 19,5 litros de puro álcool per capita por ano, do que das mulheres, que consomem 5,6 litros.

O estudo demonstra também que em 2020 foram registados 36.799 internamentos hospitalares, com diagnóstico principal e/ou secundário atribuíveis ao consumo de álcool, envolvendo 27.238 indivíduos em Portugal. Os dados referem ainda que, em 2019, morreram 2.507 pessoas por doenças atribuíveis ao álcool, 27% das quais por doenças atribuíveis a doença alcoólica do fígado.