"Não quero dizer aos portugueses, hoje, aqui e agora quando é que as obras vão começar", admitiu a ministra da Saúde, Marta Temido, no Parlamento, esta tarde. "Não quero dizer uma data que não seja cumprível", acrescentou. "O que prevemos é que no último dia de janeiro eu tenha um projeto nas mãos", que envolverá um concurso público internacional, acrescentou.

10 doenças perigosas que não apresentam qualquer sintoma
10 doenças perigosas que não apresentam qualquer sintoma
Ver artigo

"A ministra da Saúde não dormirá tranquila enquanto este problema não estiver concluído”, garantiu ainda perante a Assembleia da República, comentando a falta de condições nas infraestruturas da oncologia pediátrica no Centro Hospitalar e Universitário de São João (CHUSJ). “Queremos uma solução rápida, mas não uma que seja pior a emenda que o soneto”, indicou, frisando, contudo, que “não vale um ajuste direto”.

Em resposta ao deputado do PSD Ricardo Baptista Leite, a nova ministra explicou que só não é possível avançar mais neste momento para ter a necessária nova ala oncológica “sem a revisão do projeto inicial”, que assegurou estar a ser feita por uma equipa dedicada. Em causa esta “a própria evolução dos cuidados e da oferta na cidade do Porto” desde a versão inicial do projeto há vários anos.

No entanto, o deputado do PS Fernando Jesus avançou esta manhã à TSF que o Governo pretendia avançar com um ajuste direto.  "O que posso garantir é que o governo e o ministério da Saúde está empenhado em arranjar uma solução para sairmos deste impasse", disse Fernando Jesus.

A solução dispensaria um concurso público. Há cerca de três semanas, o PS chumbou, no entanto, uma proposta do PSD nesse sentido. "Por acaso defendia que fosse adotada uma solução de ajuste direto", disse aquele deputado socialista. Mas foi chumbada "pelos argumentos do próprio PSD, que acusava o governo de nada fazer, de empurrar os problemas com a barriga, o que não é inteiramente verdade".

Críticas do bastonário

O bastonário da Ordem dos Médicos disse ontem que o problema da ala pediátrica do São João só não se revolve se o governo não quiser, lembrando que, no caso da banca, injeta milhões de euros "com muita facilidade".

"Só não se revolve se o governo não quiser. O governo tem vários mecanismos para resolver esta situação (...) Porque o governo com muita facilidade é capaz de injetar umas centenas de milhões de euros num banco, mas com muita dificuldade é capaz estas questões de proximidade para as pessoas que é terem acesso às escolas e aos hospitais", considerou Miguel Guimarães.

A requalificação das instalações do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia-Espinho e a construção do Centro Pediátrico do Centro Hospitalar de São João, no Porto, fazem parte do investimento previsto pelo Ministério da Saúde para 2019.