Segundo um estudo liderado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, os fármacos contra a depressão são, de facto, eficazes, o que coloca um "ponto final" no ceticismo à volta destes medicamentos.

A investigação analisou 533 estudos que envolveram 116.477 pessoas e concluiu que 21 dos medicamentos antidepressivos mais utilizados no mundo produzem efeitos na redução dos sintomas da depressão. Mas também revela que há diferenças na eficácia de cada um dos fármacos.

Não deve ingerir estes 8 alimentos se está a tomar medicamentos
Não deve ingerir estes 8 alimentos se está a tomar medicamentos
Ver artigo

Na investigação tornada pública pela revista médica The Lancet, os cientistas dizem que "muitas mais pessoas no mundo deveriam beneficiar do acesso a tratamentos com antidepressivos ou psicoterapia".

Atualmente, uma em cada seis pessoas nos países desenvolvidos e uma em cada 27 nos países em desenvolvimento fazem este tipo de tratamentos.

O responsável por esta investigação, Andrea Cipriani, afirmou à BBC que "é assim colocado um ponto final na polémica sobre se os antidepressivos são eficazes contra a depressão". "Concluímos que os antidepressivos mais receitados funcionam para as depressões moderadas e severas e isso são ótimas notícias para doentes e médicos", garantiu.

Para o Royal College of Psychiatrists, a principal organização de psiquiatras no Reino Unido, este estudo "mostra claramente que as drogas funcionam para melhorar o humor e ajudar pessoas com depressão", diz o psiquiatra Carmine Pariante, um dos dirigentes da instituição.

Os mais eficazes

agomelatina
amitriptilina
escitalopram
mirtazapina
paroxetina

Os menos eficazes

fluoxetina
fluvoxamina
reboxetina
trazodona

Atualmente, mais de 300 milhões de pessoas vivem com depressão, a principal causa de problemas de saúde e de incapacidade laboral no mundo, segundo estimativas divulgadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A depressão aumentou mais de 18% entre a população mundial em dez anos, entre 2005 e 2015. Só em Portugal, contabilizam-se 400 mil casos.

A depressão não escolhe idades nem extratos sociais e é uma doença que requer tratamento, daí a importância de procurar ajuda especializada o mais precocemente possível.