Não faltavam estudos a comprovar os efeitos benéficos da dieta mediterrânica, mas uma nova investigação científica aponta críticas a um dos regimes alimentares mais saudáveis do mundo.

Composta maioritariamente por frutas e vegetais, carne branca, peixe, azeite, frutos secos, massa, cereais integrais e um copo de vinho, a dieta mediterrânea é tida como uma das opções alimentares mais deliciosas e saudáveis.

Agora, um estudo publicado no início de agosto na revista científica "International Journal of Epidemiology" conclui que os efeitos benéficos da dieta mediterrânica apenas se verificam em grupos socioeconómicos mais altos. A investigação levado a cabo pelo Instituto Neurológico do Mediterrâneo (Neuromed), em Itália, teve por base dados de 19 mil pessoas.

De acordo com uma das autoras, a cientista Marialaura Bonaccio, é "improvável que uma pessoa oriunda de um estrato socioeconómico baixo que se esforça para seguir uma alimentação mediterrânica obtenha as mesmas vantagens de uma pessoa com mais rendimentos".

A investigação refere ainda que a dieta mediterrânica está associada a uma diminuição de 60% do risco de doença cardiovascular, embora tal só se verifique em pessoas com ensino superior ou com rendimento anual acima dos 40 mil euros.

Segundo o estudo, as pessoas com rendimentos mais elevados consomem mais peixe, mais produtos integrais e têm uma alimentação mais equilibrada, o que implica um maior investimento financeiro.

O co-autor da investigação Giovanni de Gaetano defende também que "não podemos continuar a dizer que a dieta mediterrânica é boa para a saúde, se não pudermos garantir um acesso igual" à mesma.

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