8 de março de 2013 - 15h33
Meia centena de especialistas em ginecologia aprovam hoje, em Viana do Castelo, as regras para tratamento dos miomas uterinos, um tumor benigno que só em Portugal afeta cerca de dois milhões de mulheres.
"Na maioria dos casos é uma patologia que pode passar despercebida e ser assintomática. Numa percentagem que se estima em 30% das mulheres poderá dar sintomas, como hemorragias uterinas anormais, menstruações muito abundantes e prolongadas, até provocar anemia", explicou à agência Lusa a presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG), Fernanda Águas.
Nos casos de "crescimento demasiado", nas fibras musculares do útero, estes miomas podem provocar o aumento do volume do abdómen e compressão de outros órgãos, "causando dores", explica a especialista.
Fatores como a idade, história familiar, hábitos alimentares ou obesidade "podem aumentar o risco de uma mulher desenvolver miomas".
O consenso nacional sobre o diagnóstico, tratamentos médicos e cirúrgicos e casos especiais desta patologia será aprovado hoje por meia centena de especialistas, no primeiro de dois dias da 175.ª reunião da SPG.
Este encontro realiza-se em Viana do Castelo e envolve, nos dois dias, cerca de 200 profissionais desta área.
"Pretendemos uniformizar as condutas e padrões de tratamento para facilitar a vida a quem tem uma situação dessas para tratar e às pessoas que têm o problema e que podem conhecer melhor as diferentes opções que lhes podem ser dadas, participando nessa decisão", disse ainda Fernanda Águas.
Segundo números da SPG, os miomas uterinos afetam entre 30 a 60% da população feminina em geral. Nas mulheres em idade reprodutiva a incidência da patologia situa-se entre 20 a 40%.
"Só em Portugal estima-se que afetem 2 milhões de mulheres", admite aquela sociedade.
Este consenso nacional sobre miomas uterinos vai originar um livro, com as respetivas recomendações a adotar, que será lançado publicamente a 31 de maio, na próxima reunião da SPG.
Lusa