
O alerta é da associação ZERO. A organização não governamental analisou dados de diversas fontes e elaborou o ranking das cinco principais empresas emissoras de GEE em Portugal, bem como os cinco setores responsáveis pela maioria das emissões: EDP, Tejo Energia, Petróleos de Portugal, CIMPOR e TAP.
A poluição atmosférica é a quarta principal causa de morte prematura no mundo, provocando perdas estimadas em milhares de milhões de euros à escala mundial.
Os dados são divulgados na véspera da entrada em vigor, na sexta-feira (04/11), do Acordo de Paris, um dos mais decisivos processos que se espera conduza, ao longo das próximas décadas, a uma redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) à escala global, evitando um aumento da temperatura superior a 1,5ºC em relação à era pré-industrial.
Os dados recolhidos e compilados pela ZERO referem-se ao relatório obrigatório de cada instalação abrangida pelo Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE), relativamente ao ano de 2015 (as denominadas emissões verificadas).
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Centrais devem fechar
A ZERO diz que as duas centrais de produção de energia elétrica de Sines e Pego são responsáveis por 19,1% do total de emissões de dióxido de carbono do país e por isso devem fechar. A ONG alerta para a urgência de as mesmas serem substituídas pelas centrais de ciclo combinado a gás natural, como recurso transitório e, a médio prazo, por fontes de energia renovável.
Estas centrais têm mecanismos para remoção de grande parte de determinados poluentes atmosféricos, mas tal não é possível em relação às emissões de dióxido de carbono.
A refinaria de Sines e uma das empresas da indústria cimenteira (a CIMPOR) ocupam respetivamente o 3º e 4º lugar. Enquanto a CIMPOR reduziu as emissões em 11,1% entre 2014 e 2015 devido, em grande parte, à crise no setor da construção, a refinaria de Sines aumentou 14,8%.
Surpreendentemente, é uma empresa do setor da aviação, a TAP, que ocupa já a 5ª posição. A aviação é um dos setores com maiores aumentos consistentes ao longo dos últimos anos, em todo o mundo, e Portugal não fica de fora desta tendência.
No caso da TAP verificou-se um aumento de emissões de 4,7% entre 2014 e 2015. No total, estas cinco instalações representam aproximadamente 26,8% do total de emissões de GEE de Portugal.
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