Investigadores da Universidade de Radboud, em Nijmegen, na Holanda, realizaram uma experiência na qual um grupo de pessoas mais que duplicou a sua capacidade de memória, após sessões diárias de 30 minutos de treino estratégico durante 40 dias. De uma lista de 72 palavras, os voluntários passaram a memorizar 62 em vez de 26.

Ao fim de quatro meses, o desempenho das pessoas manteve-se elevado, apesar de a memória não continuar a ser treinada. Imagens do cérebro dos voluntários, obtidas por meio de ressonância magnética, antes e depois da experiência, mostraram que o treino estratégico da memória alterou funções cerebrais, tornando-as mais semelhantes às dos 'campeões' da memória.

"Após o treino, assistimos a um aumento do desempenho [das pessoas] nos testes de memória", afirmou o primeiro autor do estudo, Martin Dresler, professor de neurociências cognitivas na universidade holandesa de Radboud, citado num comunicado da Cell Press, que edita revistas biomédicas como a Neuron.

Uma vez familiarizada com as estratégias de treino da memória e sabendo como aplicá-las, uma pessoa pode manter o seu desempenho elevado sem treino adicional, assinalou Dresler.

Os atletas da memória

Segundo o investigador, o treino da memória não só induz uma "mudança de comportamento", mas também "padrões de conetividade cerebral" parecidos com os dos 'atletas' da memória, pessoas que participam em competições onde a sua capacidade de memória é colocada à prova.

Todos os anos, realiza-se o Campeonato Mundial da Memória, onde os concorrentes são desafiados a memorizar o máximo de informação possível num determinado período de tempo. Há alguns anos, um dos 'atletas' de topo mundial foi o coautor do estudo Boris Konrad, hoje treinador de memória profissional, que consegue memorizar cerca de 500 dígitos ou cem palavras em cinco minutos.

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