O estudo revela que 71% dos portugueses não dormem o suficiente, descansando sete ou menos horas por dia. A maioria dos entrevistados reconhece que deveria dormir pelo menos mais uma hora. Ou seja, apenas três em cada dez portugueses dormem as oito horas recomendadas por dia. Aliás, 32% admite que o seu défice de sono supera as duas ou três horas diárias, colocando em risco a sua saúde.

Em 2016, a Associação Mundial de Medicina do Sono revelou que os distúrbios do sono constituem uma epidemia global, que ameaça a saúde e a qualidade de vida de cerca de 45% da população mundial. A falta de um sono de qualidade reduz a concentração, diminui a produtividade académica e profissional e é uma das principais causas de acidentes rodoviários. Pode levar também ao desenvolvimento de problemas de saúde, como a hipertensão, doença cardíaca, diabetes, entre outras doenças.

Uma das principais causas para esta falta de descanso deve-se aos maus hábitos na hora de ir para a cama. 63% dos portugueses deitam-se por volta das 00h00 ou mais tarde e quase um terço (28%) depois da 01h00.

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Por outro lado, 49% dos portugueses entrevistados afirmaram não conseguir dormir bem durante a noite, admitindo que tem um sono irregular. Apenas 21% dos inquiridos afirmam ter um sono profundo.

Despertar durante a noite, o stress diário e ter um colchão desconfortável são as principais razões que afetam a qualidade do sono de mais de metade dos portugueses (53%). Além disso, 45% dos inquiridos admitem sofrer de dores relacionadas com a sua posição ao dormir, sobretudo nas costas (30%) e na região cervical (15%).

Vários benefícios do sono

De acordo com Joaquim Moita, presidente da APSono "o sono é fundamental à vida. Como tal, o sono de curta duração ou de má qualidade tem complicações a nível psíquico e cardíaco, pelo que diminui a esperança de vida. Os portugueses têm consciência desta realidade. No entanto, deitam-se tarde e levantam-se cedo. Têm dificuldade em adormecer, acordam frequentemente e recorrem a medicamentos para dormir".

"Levantar e deitar sempre à mesma hora, fazer exercício moderado, evitar álcool e dormir numa cama adequada são essenciais para ter um sono tranquilo e eficaz. O quarto deve ter uma temperatura de 18 graus. O sistema de controlo da temperatura e humidade do colchão, ao longo da noite, é importante. As propriedades elásticas do colchão e a sua adaptabilidade a cada individuo saudável ou com doenças específicas são fundamentais", acrescenta o responsável.

No entanto, 66% dos portugueses reconhecem que dormir bem é essencial para melhorar a sua qualidade de vida e apenas 1,3% dos inquiridos afirmam que dormir pouco não os afecta. Como tal, 3 em cada 5 portugueses afirmam que ter um bom colchão é fundamental para garantir uma boa qualidade de sono, bem como uma boa alimentação e a temperatura ideal no quarto.

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Curiosamente, a maioria dos portugueses desconhecem alguns dos principais benefícios de dormir bem para a saúde e mais de 70% não sabe que dormir bem pode ajudar a controlar e a perder peso. A diminuição do risco de sofrer ataques cardíacos e de acidentes cerebrovasculares, o reforço do sistema imunitário, a melhoria do estado de humor e o facto de funcionar como um tratamento de beleza são outras das vantagens para a saúde desconhecidas pelos portugueses.

Os habitantes da área metropolitana de Lisboa, com 2.810 milhões de pessoas (INE 2015), são os que dormem menos horas de sono por dia (74% dos inquiridos afirmam dormir sete ou menos horas por dia), comparativamente com o Norte do país (70%) e a Região do Centro (69%).

O estudo realizado pela Conforama também revela que os homens dormem, em média, menos horas por noite (72%) do que as mulheres (69%), embora seja o sexo feminino a admitir uma maior necessidade de horas diárias de sono, mais 6% do que os homens. No geral, 49% dos portugueses afirmou não conseguir dormir bem durante a noite, reconhecendo que tem um sono irregular e acorda cansado. Apenas 21.3% dos inquiridos afirmam ter um sono profundo.

Mais de metade dos portugueses dorme acompanhado (61%) e uma em cada cinco pessoas admite que tal afeta o seu sono. Ressonar (25%), dar voltas na cama (11%) e o calor (9%) são os principais problemas de dormir acompanhado.

Por último, o estudo da Conforama também abrangeu um aspecto fundamental para ter um bom descanso, como é o caso do colchão em que dormimos. Neste sentido, a sondagem revela que 3 em cada 5 portugueses afirmam que ter um bom colchão é fundamental para garantir uma boa qualidade de sono, a par de uma boa alimentação e a temperatura ideal no quarto. O conforto e a saúde são os aspectos mais valorizados pelos portugueses num colchão. Contudo, um em cada três portugueses ainda escolhe o modelo em função do preço, independentemente das suas necessidades, e 29% admitiu que este foi o factor decisivo de compra quando adquiriu o actual colchão.

A sondagem foi realizada pela Conforama, através da plataforma SurveyMonkey, de 19 a 31 de Janeiro de 2017, a residentes em Portugal Continental e Ilhas e maiores de 18 anos, e teve como amostra 1200 respostas, dos quais 48,3% eram homens e 51,7% mulheres.