Em conferência de imprensa no ministério da Saúde, Graça Freitas afirmou que tudo indica que o período mais intenso da pandemia “será diferido para mais tarde”, atingindo o pico “nunca antes, provavelmente, do mês de maio”.
“São previsões, vale o que vale”, ressalvou, acrescentando que, de acordo com os matemáticos que analisam os dados ao serviço das autoridades de saúde, o pico da pandemia em Portugal “não será um momento instantâneo no tempo”, mas poderá prolongar-se durante dias ou semanas.
Graça Freitas assinalou que, face à evolução do número de casos infetados, “há uma tendência para se ter retardado um bocadinho a velocidade com que a curva [epidémica] está a subir”.
À medida que isso acontece, o pico expectável da doença vai passando para mais tarde.
“Quando chegarmos ao número máximo dos casos da curva, andaremos aí provavelmente alguns dias ou semanas, porque esta doença dura muito tempo. Não vamos chegar ao dia ‘x’, atinge-se o pico e começamos logo a descer”, referiu.
Aliás, em vez de pico, deve começar olhar-se para o período mais crítico como “um planalto”, como aconteceu em outros países, sugeriu.
Graça Freitas indicou que a mortalidade da doença em Portugal está em 1,8 por cento, notando que, comparando com outros países, o surto da covid-19 chegou mais tarde.
É de esperar “um aumento da mortalidade em função do número de dias em que as pessoas estão doentes”, do período que vai desde o momento em que a doença é diagnosticada até ao desfecho, seja fatal ou seja a cura.
Em Portugal estão registadas 76 mortes, mais 16 do que na véspera (+26,7%), e 4.268 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 724 novos casos em relação a quinta-feira (+20,4%).
Dos infetados, 354 estão internados, 71 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25 mil.
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