Apesar da existência de seis surtos ativos de COVID-19 em lares de idosos portugueses, confirmada hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS), Marta Temido garantiu estar atenta à questão, mas considerou que a limitação das visitas “a pessoas institucionalizadas em estruturas residenciais para idosos não parece ter neste momento necessidade de ser estabelecida”.
“Estamos numa situação da epidemia em que os vacinados que eventualmente estão a ter casos de transmissão de doença têm uma doença muito mais moderada, muito mais controlada”, justificou Marta Temido em declarações à margem da inauguração da nova Unidade de Saúde Familiar da Alta de Lisboa.
Os surtos em lares de idosos correspondem a 54 casos, parte deles já recuperados, segundo a DGS.
A confirmação dos surtos surge depois das notícias das mortes de duas idosas em lares, na última semana.
A ministra da Saúde recordou também “que já há algum tempo” a Direção-Geral da Saúde emitiu um ofício para que o tempo entre a recuperação da doença e a vacinação fosse de 90 dias, garantindo que essa medida “já está a ser aplicada”.
Sobre as medidas restritivas para combater a covid-19 atualmente em vigor, Marta Temido reiterou que espera “por todos os meios” não impor recuos. “Mas naturalmente que se o contexto o exigir fá-lo-emos”, acrescentou.
Relativamente à prevalência em Portugal da variante delta, inicialmente detetada na Índia, a governante notou que os dados do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge ainda “são limitados”.
Atualmente, “há uma incidência da variante delta de mais de 60% na Região de Lisboa e Vale do Tejo e de pouco menos de 15% na região norte do país”, referiu.
"Relativamente às outras três regiões, os dados não eram ainda robustos e, portanto, só nas próximas sequenciações, que estão a acontecer nestes dias da semana, mostrarão mais resultados", indicou a ministra.
Presente na cerimónia de inauguração do novo centro de saúde, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS), não adiantou se as restrições de circulação de e para a área metropolitana se manterão no próximo fim de semana, mas sublinhou que a situação pandémica “não vai conhecer nos próximos dias uma situação de melhoria”.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.875.359 mortos no mundo, resultantes de mais de 178,6 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.074 pessoas e foram confirmados 866.826 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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