“Não houve recusa dos médicos que estavam no centro de saúde, isso tem de ficar claro. Os médicos de família protestaram e, alguns de forma veemente e bem, porque não tinham as condições adequadas para tratar daqueles idosos”, afirmou o bastonário.
Miguel Guimarães, que falava aos jornalistas depois de uma reunião com o presidente da União das Misericórdias Portuguesas, no Porto, adiantou ainda que a auditoria feita pela Ordem dos Médicos surto de COVID-19 num lar de Reguengos de Monsaraz, que matou 18 pessoas, foi legal e autorizada pelo Ministério Público.
“Não quero continuar a alimentar essa polémica, a auditoria foi legal, foi aceite pelo Ministério Público e pela Ordem dos Advogados”, garantiu.
Questionado pelos jornalistas sobre o pequeno vídeo, de sete segundos, que circula nas redes sociais, e que mostra António Costa numa conversa privada com jornalistas alegadamente chamando “cobardes” aos médicos envolvidos no caso do surto de COVID-19 em Reguengos de Monsaraz, Miguel Guimarães afirmou que as declarações foram “infelizes”.
“As declarações do senhor primeiro-ministro foram infelizes (…) estas declarações de alguma forma ofenderam os médicos”, referiu.
O bastonário salientou ainda que na sequência dos últimos acontecimentos, a Comissão Permanente do Conselho Nacional da Ordem dos Médicos decidiu convocar o Fórum Médico, cuja reunião decorre desde as 13:00, e pediu uma audiência urgente com o primeiro-ministro cujo objetivo é “conversar, explicar o porquê da auditoria e ouvir” a ordem.
“Temos de remar todos no mesmo sentido e estar unidos para que a resposta na área da saúde possa garantir os melhores cuidados de saúde a todos os portugueses e, por outro lado, a resposta na saúde possa garantir que o crescimento da economia vai acontecer como o Governo está à espera”, afirmou.
À Lusa, fonte do gabinete de António Costa confirmou entretanto que o primeiro-ministro se vai reunir com a Ordem dos Médicos na terça-feira de manhã.
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