“Se existem máscaras disponíveis, primeiro que tudo devem ser distribuídas aos profissionais de saúde, este é o princípio, [mas] se existem mais máscaras disponíveis, elas podem servir para reduzir o risco de infeção, repito, podem servir”, declarou a líder do executivo comunitário, falando em videoconferência de imprensa a partir de Bruxelas.

Na ocasião em que apresentou as recomendações da Comissão Europeia aos Estados-membros para o levantamento das restrições aplicadas devido à pandemia COVID-19, Ursula von der Leyen frisou: “O mais importante é que nunca e em qualquer circunstância [as máscaras] substituíam outras regras de higiene que são conhecidas de todos”.

“Podem funcionar como [uma medida] adicional ou complementar, mas nunca e em qualquer circunstância devem substituir outras medidas fáceis de seguir”, insistiu.

De acordo com Ursula von der Leyen, “o mesmo se aplica às máscaras não médicas, feitas de tecido, que podem ser consideradas, mas de forma limitada”.

No roteiro hoje publicado, o executivo comunitário salienta que, no pós-pandemia, “as campanhas de sensibilização devem continuar a incentivar a população a manter as fortes práticas de higiene adquiridas”, nomeadamente a utilização de desinfetantes, lavagem das mãos, regras para situações de tosse e espirros, limpeza de superfícies, entre outras.

Já relativamente às máscaras, e recorrendo às orientações do Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças, a Comissão Europeia nota que “a utilização de máscaras faciais na comunidade pode ser considerada, especialmente quando se visitam espaços ocupados e confinados, tais como mercearias, centros comerciais ou quando se utilizam transportes públicos”.

Também “a utilização de máscaras não médicas, feitas de têxtil, pode ser considerada, especialmente se - devido a problemas de abastecimento e utilização prioritária pelos profissionais de saúde - as máscaras médicas não estiverem disponíveis para o público”, acrescenta.

Porém, “a utilização de máscaras faciais na comunidade deve ser considerada apenas como uma medida complementar e não como um substituto de medidas preventivas estabelecidas, tais como distanciamento físico, regras de etiqueta respiratória, higiene meticulosa das mãos e evitar tocar no rosto, nariz, olhos e boca”, indica a instituição no documento.

A Comissão Europeia alerta ainda os Estados-membros que “as recomendações sobre a utilização de máscaras de rosto na comunidade devem ter cuidadosamente em conta as lacunas de provas, a situação da oferta e os potenciais efeitos secundários negativos”.

O roteiro hoje publicado foi realizado em cooperação com o Conselho Europeu e surge numa altura em que vários países europeus estipulam dados para um progressivo retorno à vida normal.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da COVID-19, já provocou mais de 124 mil mortos e infetou quase dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.

O continente europeu, com mais de 996 mil infetados e mais de 84 mil mortos, é o que regista o maior número de casos.