“Não haja nenhuma dúvida de que há, garantidamente, um reforço da nossa capacidade de testagem. Não temos falta de testes ou zaragatoas. Temos algumas dificuldades nos reagentes de extração que estamos a tentar resolver. Todos estes componentes fazem os testes. Esta situação, em que estamos com maior dificuldade, estamos a tentar resolver para que possamos testar ainda mais e com maior reforço”, afirmou António Lacerda Sales na conferência de imprensa diária de balanço sobre a pandemia do novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, em Portugal.
O governante respondeu desta forma quando foi questionado, pela segunda vez, sobre o facto de Gondomar estar a fazer 40 testes diários apesar da capacidade de realizar 400.
Numa primeira resposta à questão dos jornalistas sobre o concelho de Gondomar, no distrito do Porto, António Lacerda Sales começou por “eventualmente admitir alguma assimetria de alguns locais para outros”, bem como a intenção de “ajuste e afinação em relação à capacidade de testagem”.
“Posso, eventualmente, admitir alguma assimetria de alguns locais para outros. Isso será um ajuste e afinação que termos de fazer todos os dias em relação a esta capacidade de testagem”, observou.
Lacerda Sales lembrou ainda que, na passada semana, o governo destinou à região Norte 65 mil testes de rastreio.
O governante observou ainda que existe, no país, uma “capacidade de testagem diária de 11 mil testes” e que “no melhor dia”, foram feitos 9.100 testes.
O presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, exigiu na terça-feira que o Norte também seja contemplado na distribuição de testes à covid-19, recordando que esta região tem "cinco vezes mais casos" do que o Centro.
"Não há testes disponíveis. No centro de testes de Gondomar, mais de 1.000 pessoas a quem já está prescrito fazer teste ainda aguardam, mas não há capacidade de resposta. São cidadãos que contactaram as linhas nacionais e estão a aguardar. Os laboratórios contratados não têm resposta. O centro foi criado para uma capacidade diária de 400 testes por dia, mas realizou 30 por dia na semana passada e está a fazer 50 por dia", referiu Marco Martins.
De acordo com o autarca, que contou à Lusa ter reportado já esta situação quer ao Ministério da Saúde quer à Administração Regional do Norte, "faltam materiais" para fazer os testes, nomeadamente zaragatoas e reagentes.
Segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se em Portugal 380 mortes provocadas pela COVID-19, mais 35 do que na véspera (+10,1%), e 13.141 casos confirmados de infeção, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira (+5,6%).
Dos infetados, 1.211 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 196 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.
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