António Costa fez esta apreciação política no debate quinzenal, na Assembleia da República, em resposta a uma intervenção antes proferida pela deputada socialista Hortense Martins, a quem o líder do executivo, por lapso, chamou Odete Martins.

Hortense Martins, deputada eleita por Castelo Branco, abriu a sua intervenção a dizer que Mário Centeno "é um ótimo ministro das Finanças escolhido por um excelente primeiro-ministro", António Costa.

Após esta breve referencia à chamada "falha de informação" dentro do Governo por causa da transferência de 850 milhões de euros do Estado destinados à recapitalização do Novo Banco, Hortense Martins atacou as correntes liberais, dizendo que se "enganou" quem pretendeu a privatização do SNS.

"O SNS foi saindo da crise em que foi colocado na governação da direita. Ano após ano o SNS está a reforçar-se, aumentando a sua capacidade de resposta aos portugueses", respondeu o primeiro-ministro.

António Costa falou mesmo na existência de "uma intensa campanha da direita e seus acólitos sobre o alegado grande caos no SNS".

"Na hora da verdade, o SNS foi mesmo sujeito ao maior desafio sanitário que o país conheceu nas últimas décadas. Quem soube responder foi o nosso SNS", sustentou, antes de se referir "ao reforço de 2,4 mil milhões de euros" no financiamento deste sistema público ao longo da última legislatura.

"O Orçamento do Estado deste ano aumentou em mais 900 milhões de euros a dotação inicial do SNS - a maior subida de sempre da dotação inicial", advogou o primeiro-ministro.

Na sua intervenção, António Costa visou também indiretamente o presidente do Conselho Estratégico Nacional do PSD, Joaquim Sarmento, que esta semana criticou a rigidez da legislação laboral em Portugal.

"Quando alguns dizem que é fundamental desregulamentar o mercado de trabalho e baixar os impostos, aquilo que temos de dizer é que esta crise demonstra que precisamos mesmo de um Estado social forte. É nos momentos de aflição que todos percebemos e todos precisamos que ninguém fique à porta do hospital, ou sem o apoio solidário", acrescentou.