Durante a conferência de imprensa conjunta após o Conselho de Competitividade entre os 27, presidido pelo ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital a partir de Lisboa, Margrethe Vestager foi questionada pelos jornalistas sobre as disparidades entre a resposta à crise económica provocada pela covid-19 entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos.

“Esta questão não é de quem tem os maiores fundos, mas quem pode utilizar os vários fundos disponíveis da melhor forma”, sublinhou a responsável pela pasta “Uma Europa Preparada para a Era Digital”, lembrando que a UE “não só tem o fundo de recuperação e resiliência, de 750 mil milhões de euros, como também tem o orçamento a longo prazo” de 1,074 biliões de euros.

Nesse sentido, Vestager insistiu que "o importante é como utilizar estes fundos da melhor forma possível”, acrescentando que, agora, a Comissão Europeia está a trabalhar com os Estados-membros no sentido de “permitir que os planos de recuperação e resiliência sejam executados numa perspetiva a muito curto prazo, de modo que os jovens possam entrar no mercado de trabalho, para que a economia seja mais dinâmica, para que as pessoas tenham mais capacidades, tenham conectividade”, enumerou.

Estas medidas surgem como resposta aos vários problemas com que os países se confrontaram durante a pandemia de covid-19, apontou, acrescentando: “Penso que nessa perspetiva temos o que é preciso para uma recuperação forte e rápida.”

O ministro Pedro Siza Vieira subscreveu as declarações de Margrethe Vestager, indicando que um dos objetivos da presidência portuguesa do Conselho da UE é que se consiga “muito rapidamente completar os passos exigidos para implementar eficazmente os planos de recuperação” nacionais.

“Penso que esse é o tópico mais importante agora, não é discutir os montantes, mas garantir que eles sejam implantados muito rapidamente”, salientou.

Para Siza Vieira, o mecanismo de recuperação e resiliência, além de dar resposta à crise provocada pela covid-19, também “ajuda a dar um estímulo muito importante para os próximos anos”, designadamente no que diz respeito à “competitividade futura” e a uma “economia e sociedade mais verdes e digitais”.

O ministro da Economia presidiu hoje a um Conselho informal de ministros responsáveis pela Competitividade da UE, na vertente da indústria e do mercado interno, no qual esteve em cima da mesa de discussão a redução da dependência estratégica da economia europeia e a comunicação da Comissão Europeia designada “A década digital da Europa”, apresentada em 09 de março.