As poucas pessoas que por ali esperavam a sua boleia estavam todas com máscara de proteção, cumprindo as regras determinadas pelo Governo, na passada quinta-feira, devido à pandemia da covid-19.
Foi neste terminal, na freguesia de Benfica, que Paula Pereira considerou positivo o uso da máscara nos transportes públicos, salientando que as pessoas têm tendência a aproximar-se sem ter os devidos cuidados.
“Acho bem, porque andamos quase todos em cima uns dos outros”, referiu à agência Lusa.
À espera do autocarro para ir trabalhar, Paula Pereira verificou que não anda muita gente nos transportes, revelando que é a primeira vez que sai de casa desde que foi decretado o estado de emergência, em 18 de março.
“É a primeira vez que estou a andar… Vim num autocarro de manhã, porque já venho de um trabalho – no autocarro 59 -, que vinha com cinco ou seis pessoas lá dentro, mais nada”, reparou, assegurando que “toda a gente vinha com máscara e uma senhora até tinha uma viseira”.
De acordo com Paula Pereira, que ia para outro trabalho numa zona perto do cemitério de Benfica, o distanciamento de segurança tem sido cumprido dentro dos autocarros, porque as pessoas não se sentam à beira umas das outras.
O Terminal Rodoviário do Colégio Militar estava, em hora de ponta, praticamente vazio. Não havia qualquer aglomeração de pessoas e os autocarros quase nem paravam.
As pessoas mantinham-se distanciadas para entrar pela porta da frente, mas as que saíam pela de trás esqueciam-se da regra, deixando o autocarro quase todas ao mesmo tempo.
Sentado num banco do ‘interface’, Joaquim Costa disse à Lusa que não sentiu nada de diferente nos autocarros “de ontem para hoje”.
“Por enquanto ainda não senti nada, tirando o facto de irem todos com máscara”, referiu.
Segundo Joaquim Costa, que chegara do bairro Padre Cruz (freguesia de Carnide), o autocarro que o deixou no Colégio Militar vinha com cerca de cinco/seis pessoas.
Também Paula Esteves, que tinha acabado de chegar da Buraca (Amadora), notou que o seu autocarro tinha poucos passageiros.
“Neste autocarro havia só cinco pessoas. Agora já ninguém se senta ao lado uns dos outros. Eu também e sento-me mais atrás”, observou.
Com máscara colocada, Paula Esteves admitiu algum desconforto.
“É muito incomodativa a máscara, mas temos de andar como ela. É obrigatório”, sublinhou, referindo que é um problema para quem usa óculos: “Os meus óculos embaciam muito”.
Durante uma hora, passaram cerca de seis autocarros para largar e pegar utentes no terminal. Dentro dos veículos, era visível uma espécie de proteção de plástico que cobria os motoristas, como se fosse uma janela.
Os transportes públicos começaram hoje a circular com lotação máxima de dois terços da sua capacidade e os utentes têm de usar obrigatoriamente máscaras ou viseiras, devido à pandemia da covid-19, prevendo-se coimas entre 120 e 350 euros.
Em 01 de maio, a Carris anunciou que a partir de hoje iria reforçar a oferta de autocarros e que todos os utilizadores têm de usar máscara e validar o título de transporte.
Em comunicado, a empresa adiantou que as entradas voltam a ser realizadas pela porta da frente e que a validação do título de transporte é obrigatória, depois de se ter decidido, há mais de um mês, que a entrada se fazia pela porta traseira e sem validação do título de viagem, devido ao novo coronavírus.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 245 mil mortos e infetou mais de 3,4 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de um milhão de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.043 pessoas das 25.282 confirmadas como infetadas, e há 1.689 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
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