O ambiente de ansiedade não incentiva a colocar os pés fora de casa. Nas estações de metro, os controlos de temperatura são realizados por agentes e a temperatura corporal também é monitorada em estações de comboio, hotéis, postos de polícia e até mesmo em edifícios habitacionais.
Nesse contexto, é difícil para o centro comercial Taikoo Li, no leste de Pequim, atrair clientes. Apenas alguns deles se atrevem a vaguear pelo centro comercial, entre um cheiro intenso a produtos desinfetantes. Em todos os lugares, os cartazes pedem que os visitantes tapem a boca.
Muitas lojas estão fechadas. O restaurante Hao Lu Wei ainda está aberto, mas, apesar da promessa de limpeza intensiva, não há uma única mesa ocupada.
"Ao fazer as suas compras, verifique se uma desinfeção profunda foi realizada na sua loja. Feliz Ano Novo Lunar!", afirma uma mensagem na janela de uma ótica, também deserta.
- Máscaras esgotadas -
Por outro lado, as empresas que vendem máscaras e líquidos desinfetantes ficaram sem esses produtos, cujos preços sobem nos sites de vendas online.
"Não temos mais nada desde o Ano Novo Chinês", que caiu em 25 de janeiro, lamenta um farmacêutico.
A procura é imensa e é incentivada pelos slogans oficiais: a província de Guangdong (110 milhões de habitantes) obriga a cobrir o rosto em locais públicos e várias regiões adotaram medidas idênticas.
As autoridades também pediram para se intensificar a produção de máscaras.
É verdade que Pequim se esvazia no Ano Novo Lunar, quando trabalhadores imigrantes e vários de dos seus habitantes retornam às suas regiões de origem. Mas, ao mesmo tempo, muitos turistas chegam à capital e os próprios habitantes participam das festividades organizadas em templos e parques da cidade. Porém, devido à epidemia, vários eventos e viagens em grupo foram cancelados em todo o país.
Os transportes foram paralisados, com o suspensão de pelo menos 2.000 comboios interprovinciais.
Confinados em casa, os chineses matam o tédio nas redes sociais, com mensagens sarcásticas. Num vídeo muito partilhado nas mensagens do WeChat, jogadores de mah-jong são vistos sentados à mesa com sacos plásticos transparentes na cabeça.
Por outro lado, no bairro Sanlitun, conhecido pelos seus bares e pequenas lojas, dois chineses sem máscara fumam um cigarro com um ar despreocupado.
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