A China decidiu enviar especialistas e equipamentos para vários países, incluindo Iraque e Irão, também muito afetados.
Um porta-voz da diplomacia chinesa, Geng Shuang, confirmou o envio de "um grupo de nove pessoas com equipamentos de terapia intensiva, produtos de proteção médica e outros itens".
Os especialistas chineses, com os seus rostos cobertos, foram recebidos por representantes do Ministério italiano da Saúde, segundo o vídeo transmitido à AFP pelo aeroporto romano de Fiumicino.
A bordo do voo vieram "dispositivos de ventilação mecânica, equipamentos respiratórios e eletrocardiograma, dezenas de milhares de máscaras faciais e outros equipamentos", relatou o presidente da Cruz Vermelha italiana, Francesco Rocca.
"Os nove especialistas, seis homens e três mulheres, liderados pelo vice-presidente da Cruz Vermelha chinesa, Yang Huichan, e pelo professor especializado em reanimação cardiopulmonar, Liang Zongan, estão entre os maiores especialistas em reanimação, pediatria e enfermagem especializada em coronavírus na China", disse Rocca.
Da China, o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, assegurou ao seu colega italiano, Luigi Di Maio, o apoio do seu país na luta contra o coronavírus. "O povo chinês nunca esquecerá o valioso apoio prestado por Itália quando a China estava a passar por momentos mais difíceis da luta contra o vírus", disse ele.
No auge da epidemia na China, a Itália foi o primeiro país europeu a interromper as suas conexões aéreas com o gigante asiático, numa ação considerada muito drástica na época.
A Itália também foi o país europeu que se mostrou mais aberto ao grande projeto de infraestruturas "Novas Rota da Seda", promovido pelo presidente Xi Jinping, apesar da oposição de vários parceiros europeus.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde comunicou hoje que o número de pessoas infetadas subiu para 112.
O surto de COVID-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.000 mortos em todo o mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou pandemia na quarta-feira. O número de infetados ultrapassou as 135 mil pessoas, com casos registados em cerca de 120 países e territórios.
Portugal ordenou o encerramento de todas as escolas a partir de segunda-feira, bem como outras medidas. Esta semana já tinha sido anunciado a suspensão de todos os voos de e para Itália.
A DGS fez na quinta-feira novas recomendações à população.
Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona do surto. Vários países na Europa, como Itália, Noruega, Irlanda, Dinamarca, Lituânia, França e Alemanha, encerram total ou parcialmente escolas, universidades, jardins-de-infância e outras instituições de ensino.
Nos últimos dias, Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China e o Governo em Roma decidiu na segunda-feira alargar a quarentena, imposta inicialmente no norte do país, a todo o território italiano.
Na quarta-feira, as autoridades italianas voltaram a decretar medidas de contenção adicionais e ordenaram o encerramento de todos os estabelecimentos comerciais à exceção dos de primeira necessidade, como supermercados ou farmácias.
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