22 de outubro de 2013 - 09h25
Depois de várias tentativas frustradas ao longo dos anos, cientistas conseguiram finalmente fazer o cabelo voltar a crescer cultivando em laboratório células humanas da derme papilar, trazendo novas esperanças para o tratamento da calvície, segundo um estudo publicado esta segunda-feira.
Durante cerca de quarenta anos, os cientistas tentaram sem sucesso clonar folículos pilosos, a fábrica dos cabelos, utilizando células da derme papilar.
Mas até hoje, os tratamentos só conseguiam retardar a perda de cabelo, mas não estimulavam o crescimento de novos fios.
Nesta nova pesquisa, as células humanas, depois de cultivadas, foram reimplantadas na pele de camundongos, permitindo a produção de folículos pilosos.
"Este método permite desenvolver um grande número de folículos ou regenerar os folículos existentes, utilizando as células da derme papilar provenientes de uma centena de doadores de cabelos", explicou Angela Christianio, professora de dermatologia da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, principal co-autora da investigação, publicada pela Academia Americana de Ciências.
"Esta técnica poderia tornar o implante capilar acessível às pessoas com um pequeno número de folículos, tanto homens como mulheres, ou em indivíduos que sofreram queimaduras", acrescentou.
Nas cobaias, as células puderam ser facilmente recuperadas e reimplantadas na pele de outro animal.
Ao contrário dos humanos, as células papilares dos roedores aglutinam-se espontaneamente nas culturas de laboratório, o que permite interagir e reprogramar a pele onde são implantadas para produzir novos folículos.
Neste estudo, as células papilares provenientes de sete pessoas foram cultivadas em laboratório. Depois de alguns dias, as células papilares inseridas entre a derme e a epiderme de um fragmento de pele humana foram inseridas nas costas dos camundongos.
Em cinco dos sete testes, o enxerto produziu cabelos novos durante pelo menos seis semanas.
Um exame de DNA mostrou que os novos folículos pilosos eram humanos e geneticamente similares aos dos doadores das células papilares.

SAPO Saúde com AFP