Os países europeus adotaram uma abordagem proativa para fazer face aos desafios de saúde mental dos jovens durante a pandemia. Uma das medidas mais comuns foi o reforço do apoio psicológico nas escolas, tanto pelo aumento do número de psicólogos e conselheiros disponíveis para os estudantes, como pela formação de pessoal escolar para reconhecer e lidar com sinais de distúrbios mentais.

Os resultados são de um novo estudo produzido pela Youth Wiki, que comprovou que mais de 40% dos jovens europeus tiveram dificuldades para lidar com as medidas dos sucessivos confinamentos resultantes da pandemia de COVID-19. O mesmo estudo revela também que os jovens europeus que já possuíam problemas emocionais e mentais tiveram a sua situação agravada, devido ao sentido de isolamento e restrições à mobilidade provocadas por estas medidas.

A Comissária para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Mariya Gabriel, referiu: "Todos nos preocupamos profundamente com o bem-estar emocional dos nossos jovens. Após uma pandemia e com uma guerra em solo europeu, este relatório sobre a saúde mental dos jovens chega no momento certo. Estou muito satisfeita por ver que os Estados-Membros da UE estão a levar este desafio a sério e que estabeleceram medidas para apoiar os jovens, especialmente nas escolas. Estes esforços têm de continuar para permitir que os jovens prosperem, agora e nos próximos anos, e a Comissão estará sempre aqui para prestar apoio."

Em Portugal, a saúde mental é vindo a ser um assunto cada vez mais destacado. Um estudo recente revelado pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra realizado em mais de 150 escolas de norte a sul do País concluiu que 42% dos jovens têm sintomas de depressão.

Para endereçar este problema, e no âmbito do Ano Europeu da Juventude, o Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) está a realizar diversas iniciativas para alertar os jovens para um tema sempre atual, nomeadamente através da realização dos «Dias Abertos» do programa Cuida-te +, em diversos pontos do país, com diversas iniciativas dirigidas a jovens alusivas à promoção da saúde mental (tertúlias, debates, jogos interativos, estações de informação e sensibilização, recolha de contributos, entre outras)., e também conferências sobre dependências online ou o projecto Connect Yourself, que pretende capacitar os jovens para a sua autonomia e participação pro-ativa e informada, contribuindo deste modo para um equilíbrio e organização nas prioridades da sua vida.

Em paralelo com os esforços de Estados-Membros como Portugal, a Comissão Europeia designou 2022 como o Ano Europeu da Juventude em reconhecimento dos sacrifícios que os jovens fizeram durante a pandemia da COVID-19. Um estudo Eurobarómetro Flash de maio de 2022 mostra que os jovens em 16 dos 27 Estados-Membros consideram a melhoria da saúde mental e física e do bem-estar dos jovens a prioridade mais importante para o Ano Europeu da Juventude.

Enquanto futuros líderes europeus, a Comissão Europeia incentiva os jovens a contribuir para a formação da UE. Através de uma Plataforma de Voz dedicada, a Comissão Europeia ouve os jovens e pede-lhes que partilhem as suas opiniões, preocupações e ideias. De todas as vozes registadas na categoria "Saúde, bem-estar e desporto", um terço dos jovens está a utilizar a plataforma para solicitar um aumento da consciencialização quanto à saúde mental e ao acesso comportável aos profissionais de saúde mental.