A petição intitulada “Centro Hospitalar do Oeste nas Caldas da Rainha” foi esta manhã entregue pelo primeiro subscritor, Paulo Espírito-Santo, ao vice presidente da AR, Adão Silva (PSD), depois de ter “ultrapassado em grande número” as expectativas de adesão ao documento, que reuniu 13.570 assinaturas.

O objetivo é que a petição, que defende que a localização do novo hospital do Oeste seja na confluência dos concelhos das Caldas da Rainha e de Óbidos, seja apreciada em plenário antes do anúncio da decisão do Governo, prometida pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, para o final de março.

A decisão está a ser equacionada por um grupo de trabalho criado pelo Governo, cujo trabalho tem por base um estudo encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCim), que apontou o concelho do Bombarral como a melhor localização para a construção do futuro hospital.

As conclusões são contestadas pelos municípios das Caldas da Rainha e Óbidos (ambos no distrito de Leiria) e de Rio Maior (distrito de Santarém) que defendem uma localização mais a norte da região Oeste.

“Não é só uma questão política”, disse Paulo Espírito-Santo à agência Lusa, após a reunião com Adão Silva, de onde saiu com a convicção de que o vice-presidente da AR reconheceu que os argumentos apresentados hoje “são sistémicos, muito claros e fortes”.

“Não estamos a falar de uma questão de bairrismo, mas sim uma questão de importância vital”, vincou Paulo Espírito-Santo.

A petição, que continua a receber assinaturas, foi entregue por uma comitiva que integrava os presidentes das Câmara das Caldas da Rainha e de Óbidos, respetivamente, Vitor Marques (independente) e Filipe Daniel (PSD), que manifestaram a expectativa de que o documento possa ser discutido antes de 31 de março.

Os autarcas pretendem que, em plenário, “mais do que a questão do tempo e da distância que estavam considerados no estudo solicitado OesteCim, sejam colocadas todas as variáveis” e que “com a força de toda a população se consigam ver todos os pontos em cima da mesa” para que “a decisão seja mais consciente”, disse Filipe Daniel.

A construção de um hospital “desta envergadura é para muito mais do que apenas as pessoas do Oeste”,acrescentou o presidente de Óbidos, alertando que a escolha da localização pode determinar a resposta em cuidados de saúde a outros concelhos, como o de Rio Maior.

Bem como, acrescentou, “aos turistas e aos trabalhadores sazonais”, nomeadamente no setor agrícola, que entre maio e outubro ascendem a milhares concentrados nestes concelhos “e que poderão, eventualmente, necessitar destes cuidados”.

Preocupações reiteradas pelo presidente da câmara das Caldas da Rainha que, depois da entrega da petição, tem previstas novas ações para “mostrar as razões” pelas quais tem defendido a construção do hospital nestes dois concelhos.

Na próxima segunda-feira, os autarcas vão reunir com o CEO do Serviço Nacional de Saúde, Fernando Araújo, e, no dia 08 de março, serão recebidos pela Comissão de Saúde da Assembleia da República, informou Vitor Marques.

O novo hospital sucederá ao Centro Hospitalar do Oeste, que integra os hospitais de Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras, tendo uma área de influência constituída pelas populações destes três concelhos e ainda das de Óbidos, Bombarral, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e de Mafra (com exceção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estêvão das Galés e Venda do Pinheiro), abrangendo 298.390 habitantes.