Os médicos das extensões de saúde do Nordeste Transmontano sem equipamento informático para a prescrição eletrónica vão poder continuar a passar receitas de forma manual, informou ontem a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte).
“Até que entre em funcionamento o sistema de informação que permita aos médicos prescreverem de forma eletrónica a prescrição será efetuada de forma manual”, esclareceu a ARS-Norte.
A prescrição eletrónica é obrigatória desde 01 de agosto, porém a maioria das extensões de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde do Nordeste (ACES-Nordeste) não dispõe de equipamento informático necessário para cumprir a legislação, explicou o diretor do organismo, Vítor Alves.
Aquele responsável admitiu hoje que os médicos podem deixar de dar consultas e fazer atendimento nestes locais, passando a prestar outro tipo de serviços como apoio domiciliário ou cuidados continuados, de acordo com as necessidades locais.
O presidente da freguesia de Babe, em Bragança, Alberto Pais, denunciou hoje o encerramento da extensão de saúde nesta e outras aldeias do concelho de Bragança com o argumento da falta de equipamento informático para prescrição eletrónica de receitas.
O autarca garantiu que a informação foi-lhe transmitida telefonicamente pelo centro de saúde de Santa Maria (Bragança) e que a médica já não se deslocou hoje à aldeia para atender a população.
Na nota enviada às redações, a ARS-Norte refere que “é totalmente desadequada a informação de que, por decisão deste organismo, teriam encerrado extensões de saúde enquanto nas mesmas não fossem instalados os sistemas de informação que permitissem aos médicos prescreverem de forma eletrónica”.
“O conselho diretivo não emitiu qualquer instrução no sentido de se proceder ao encerramento de qualquer extensão de saúde”, lê-se no documento.
A ARS- Norte refere ainda que “a inveracidade da informação apenas pode induzir em erro ou criar angústia junto dos utentes que às extensões da respetiva área geográfica sempre acorreram e, por certo, que vão continuar a poder utilizar todos os serviços aí prestados”.
Nem ARS, nem o ACES-Nordeste esclareceram o que aconteceu nas extensões de saúde onde nos últimos dias, desde a semana passada, os médicos não têm comparecido para atender os utentes.
Em todo o país existem cerca de 3.000 extensões de saúde que funcionam normalmente nas sedes das juntas de freguesia ou outros espaços coletivos, onde os médicos se deslocam algumas horas periodicamente para evitar deslocações dos utentes aos centros de saúde, geralmente localizados na sede de concelho.
20 de setembro de 2011
Fonte: Lusa
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