O doente em causa foi Sérgio Correia, um operário corticeiro do concelho de Santa Maria da Feira que, aos 43 anos, se via debilitado por uma hérnia inguinal atribuída ao levantamento de cargas nas suas funções profissionais.
"Acho que deve ser do esforço que eu fazia no trabalho, porque às vezes pegava em 70 ou 80 quilos de uma vez", explicou à Lusa. "Por fazer isso vários dias seguidos, ao longo dos anos, se calhar foi este o resultado", afirmou.
Depois de lhe ter sido detetado o problema a 15 de janeiro deste ano, Sérgio Correia esteve em lista de espera menos de três meses e foi esta manhã sujeito a uma reparação unilateral de hérnia inguinal com prótese. Saiu do bloco por volta das 12:50 e ficou então em recobro, devendo regressar a casa antes do anoitecer.
Para Miguel Paiva, que gere o Hospital de São João da Madeira enquanto presidente do Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga, o facto de esta unidade de ambulatório já ter intervencionado 35.000 utentes desde a sua abertura, em 2009, demonstra a sua "alta capacidade produtiva".
Pode servir sete especialidades
A valência está apta a intervir em sete especialidades, mas, acima das de Cirurgia Plástica, Otorrinolaringologia e Urologia, há quatro cuja procura se destaca: a de Cirurgia Geral, cujos procedimentos se aplicaram a mais de 12.000 doentes, Oftalmologia, em que se ultrapassaram os 10.000 utentes, Ortopedia, com cerca de 6.000, e Ginecologia, com 5.000.
"Isto representa mais de 3.500 doentes por ano, mas 2017 envolveu a maior produção cirúrgica de sempre, com mais de 4.300 utentes operados", realça Miguel Paiva.
O reforço dessa atividade ambulatória resulta, por sua vez, da "aposta estratégica" num tipo de cirurgia que, além de "mais cómoda para o doente", constitui ainda uma "mais-valia em termos de gestão", por reduzir despesas de internamento e aliviar os recursos humanos.
Miguel Paiva também atribui essa capacidade produtiva aos recentes investimentos no Hospital de São João da Madeira, nomeadamente ao "reequipamento de algum material de apoio à cirurgia".
"Só o investimento em 2017 superou o meio milhão de euros", explicou o administrador, referindo que no triénio de 2013 a 2015 o valor total a esse nível foi de 95.000 euros e que mesmo em 2016 esse se ficou pelos 142.000.
O futuro da unidade de ambulatório passa agora pelo alargamento a novas especialidades, que ainda estão por selecionar em termos definitivos, mas deverão passar a envolver também "equipamento de laparoscopia" - que é aquele que permite os procedimentos menos invasivos, com a cirurgia a realizar-se através de pequenas incisões e a recuperação pós-operatória a decorrer a ritmo mais rápido.
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