1. O que é a disfunção erétil?
A disfunção erétil (DE) define-se como a incapacidade persistente de manter uma ereção do pénis suficiente para conseguir ter uma atividade sexual satisfatória. Tem uma incidência de 13%.
2. O que é uma ejaculação precoce? Quanto tempo um homem demora em média a ejacular?
O termo mais correto será ejaculação prematura e corresponde a uma disfunção sexual masculina que se caracteriza por uma ejaculação que ocorre sempre ou quase sempre antes ou até um minuto após a penetração vaginal. Embora não exista um valor definido, pois o mesmo é variável e depende de múltiplos fatores, pode-se afirmar que a média de tempo que um homem demora a ejacular será de quatro a cinco minutos.
3. É possível evitar a DE?
Sim, existem várias recomendações para a evitar ou minorar, tais como: fazer exercício físico, ter uma alimentação saudável, limitar o consumo de álcool, eliminar o uso de tabaco, controlar os fatores de risco cardiovascular como a hipertensão, a diabetes ou o colesterol elevado que contribuem para a aterosclerose, entre outras.
4. Posso tratar a disfunção eréctil com fármacos?
A medicação para a DE deve ser sempre prescrita pelo seu médico. Não deve adquirir fármacos para tratamento de DE através de outros meios, como a internet, pois estes são frequentemente falsificados e potencialmente perigosos.
5. O que pode causar a DE?
A DE resulta de múltiplos fatores físicos, psicológicos ou, frequentemente, de uma combinação de ambos, prejudicando de forma global o desempenho sexual do homem. Alguns exemplos:
- Stress, ansiedade, depressão;
- Doenças que alteram a função dos vasos sanguíneos (Hipertensão, Diabetes, Aterosclerose);
- Doenças e condições que alteram a condução dos impulsos nervosos (cirurgia pélvica, lesões graves da coluna vertebral, Diabetes ou Acidentes Vasculares Cerebrais);
- Outras doenças crónicas como insuficiência renal ou hepática;
- Medicamentos como antidepressivos ou anti-hipertensores;
- O consumo de bebidas alcoólicas e tabaco;
- O consumo de drogas ilícitas ou recreativas.
6. A DE pode ser um sintoma de uma doença grave?
A DE por si só pode ser o primeiro sintoma ou sinal de uma doença cardíaca subjacente pelo que na presença de DE deve ser sempre efetuado o despiste de doença cardíaca e a estratificação do risco cardíaco.
7. O cancro da próstata pode causar DE?
O cancro da próstata por si só não está associado à DE, contudo a sua terapêutica, seja ela medicamentosa (bloqueio hormonal), radioterapia externa, braquiterapia, braquiterapia associada a radioterapia externa, crioterapia ou cirúrgica (clássica, laparoscópica ou robótica) tem como sequela uma disfunção erétil com uma incidência variável (desde 6% a 100%), dependente da terapêutica e dos vários autores.
8. É possível fraturar o pénis?
A fratura do pénis resulta de um traumatismo do pénis quando em ereção e, regra geral, no decorrer de uma relação sexual, levando à rotura da camada albugínea que reveste os corpos cavernosos, à qual se associa um ruído característico assim como a perda imediata de ereção e um hematoma exuberante (pénis em beringela). Trata-se de uma situação de urgência e necessita de correção cirúrgica imediata. Contudo, pode ter como sequela uma posterior deformação do pénis (curvatura) e/ou disfunção erétil.
9. Como funciona o viagra e quem pode tomar este fármaco?
O tratamento da DE deve ser iniciado, em primeira linha, com fármacos orais do grupo dos inibidores da fosfodiasterase 5 - sildenafil, tadalafil, vardenafil e avanafil – os quais promovem uma ereção fisiológica em resposta a um estimulo sexual, estando contudo contra-indicado o seu uso em doentes que estejam sujeitos a terapêuticas com dinitratos. Estes fármacos só devem ser usados mediante prescrição médica.
10. As próteses penianas são uma opção para quem sofre de DE?
No fim da linha terapêutica temos as próteses penianas, maleáveis/semi-rígidas ou hidráulicas/insufláveis que pretendem dotar o pénis de uma ereção tanto quanto possível próximo da ereção fisiológica embora esta seja independente do desejo sexual.
Os esclarecimentos são do médico A. J. Pepe Cardoso, urologista e andrologista. O médico Pepe Cardoso é ainda membro do Comité Executivo da European Society of Sexual Medicine (ESSM), membro do Conselho Consultivo da Asociación Iberoamericana de Sociedades de Andrologia (ANDRO) e membro do Conselho Consultivo do Fórum Saúde Século XXI.
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