O projeto de lei do Bloco de Esquerda (BE) será debatido na Assembleia da República a 15 de junho, juntamente com outra proposta num sentido semelhante, do partido Pessoas, Animais e Natureza (PAN), divulgada a 10 de maio.

Para os deputados bloquistas, os operadores "devem ser responsabilizados, com o objetivo de redução dos resíduos produzidos" e, a partir de 2023, "pelo menos metade do produto de bebidas" deve ser colocado no mercado em embalagens reutilizáveis.

12 bebidas que atenuam os sinais da idade
12 bebidas que atenuam os sinais da idade
Ver artigo

O documento refere que o sistema de incentivo começaria a ser implementado a partir de janeiro de 2020.

Esta medida "faria uma enorme diferença na quantidade de resíduos produzidos", protegendo o ambiente, realça o BE, já que "reduzirá grandemente a quantidade de resíduos" relacionados com embalagens de bebidas, produzidos a cada ano.

"Competirá aos operadores organizar um sistema de recolha das embalagens junto dos comerciantes e a sua posterior reutilização", especifica.

Para concretizar esta proposta, é necessário instalar um sistema, e "as grandes superfícies e outros locais a definir" ficam com a tarefa de disponibilizar equipamentos que permitam a devolução das embalagens de bebidas pelos consumidores finais, "mediante uma retribuição".

Trata-se de fazer regressar o sistema de tara, há alguns anos em vigor para as garrafas de bebidas que, devolvidas nas lojas, davam direito a um determinado valor.

O projeto de lei do BE também refere que os operadores devem garantir a recolha das embalagens de bebida junto de locais de restauração que abastecem.

Desta forma, acrescenta, "os recursos são utilizados de forma mais eficiente e liberta[-se] o sistema de recolha e tratamento de resíduos de lidar com objetos que podem e devem ser reutilizáveis".

O plástico tornou-se um problema ambiental já que o seu consumo aumentou imenso nos últimos anos e permanece entre 50 a 200 anos na natureza e causa danos, nomeadamente nos oceanos, matando peixes e aves que confundem fragmentos de plástico com alimento.

As propostas do BE e do PAN enquadram-se também nos princípios da economia circular que se baseia na redução do uso dos materiais primários e na aposta na reciclagem e reutilização de produtos, ao contrário da atual economia linear, em que são extraídos recursos à natureza, usados e deitados fora.

O PAN propôs que as garrafas de plástico, vidro e latas passem a ter tara recuperável, como forma de reduzir “drasticamente” a quantidade destes materiais que são incinerados ou vão para aterro, e que fosse implementado um sistema de depósito para aquelas embalagens.