Os medicamentos com preço de venda ao público até 10 euros têm o preço atualizado em 5% e os que custam entre 10 e 15 euros serão atualizados em 2% para facilitar o acesso aos fármacos e evitar situações de rutura, anunciou hoje o Ministério da Saúde, que vai avançar até junho com um conjunto de medidas nesta área.

Em reação a este anúncio, a APOGEN afirma em comunicado que, “enquanto representante do setor farmacêutico, congratula as medidas anunciadas pelo Ministério da Saúde, apesar de insuficientes face às dificuldades” que o setor atravessa.

“A implementação de novas políticas vai contribuir para a sustentabilidade e a eficiência e terapêuticas mais custo-efetivas, como são os medicamentos genéricos e biossimilares, assim como promover e continuar a potenciar o acesso à saúde”, salienta a presidente da associação, Maria do Carmo Neves, citada no comunicado.

Tendo em conta o relato de diversas dificuldades sentidas pelas empresas representadas pela associação, Maria do Carmo Neves afirma que o anúncio desta revisão de preços demonstra que o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, “está atento às dificuldades do setor e tem em consideração a produção e a distribuição de terapêuticas essenciais, como são os medicamentos genéricos e biossimilares”.

Para Maria do Carmo Neves, esta medida “é uma conquista muito significativa para toda a cadeia de valor, nomeadamente utentes, profissionais de saúde e indústria face “ao atual período crítico sentido nas cadeias de fornecimento do setor dos medicamentos genéricos e biossimilares”.

“A situação atual era insustentável, uma vez que os preços estavam há 20 anos a sofrer quebras acentuadas que tornavam o mercado pouco ou nada atrativo e, consequentemente, pouco competitivo. Este momento reflete o trabalho permanente de proximidade com a tutela que se operacionaliza com apresentação destas medidas”, salienta.

A associação, que representa mais de 90% da indústria de medicamentos genéricos e biossimilares, diz estar “aberta à colaboração institucional e à construção de pontes que permitam a adoção de modelos de convergência que permitam mitigar os problemas na produção e distribuição, que se irão continuar a sentir, pese embora este importante primeiro passo”.

Reitera ainda a sua disponibilidade para reforçar a confiança dos utentes no atual circuito de medicamentos genéricos e biossimilares, através de conversações concretas com os atores políticos.