O preço médio de venda ao público dos medicamentos genéricos baixou para cerca de um terço em 17 anos, passando de 22,5 euros em 2006 para 7,7 euros em 2023, revelam dados hoje divulgados.
A Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (APOGEN) alertou hoje que a contribuição extraordinária da indústria farmacêutica está a deixar desertos os concursos hospitalares para a aquisição destes fármacos, porque os laboratórios não querem perder mais dinheiro.
Os medicamentos genéricos dispensados nas farmácias comunitárias pouparam ao Estado e às famílias mais de 509 milhões de euros em 2022, o que representa uma poupança de 16,15 euros a cada segundo que passa, revelam dados hoje divulgados.
A Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (APOGEN) saudou as medidas anunciadas hoje pelo Ministério da Saúde para evitar as ruturas de medicamentos, mas considerou serem ainda insuficientes face às dificuldades que o setor farmacêutico atravessa.
O bastonário da Ordem dos Farmacêuticos (OF) defendeu hoje que é preciso rever o preço dos medicamentos genéricos, avisando que “achatar demais” os preços pode ter consequências na disponibilidade dos fármacos no mercado.
Os medicamentos genéricos dispensados nas farmácias geraram uma poupança de mais de 225 milhões de euros para o Estado e para as famílias nos primeiros seis meses do ano, mais 36 milhões comparando com igual período de 2021.
Nos cinco primeiros meses deste ano foram financiados 95 processos de novos medicamentos genéricos, mais 64% face ao período homólogo do ano passado, segundo dados do Infarmed avançados hoje à agência Lusa.
Quase metade dos medicamentos vendidos em Portugal são genéricos, uma opção que chegou ao país há 30 anos, mas que demorou anos a conquistar a confiança de profissionais e utentes e a ultrapassar a resistência dos laboratórios.
A quota do mercado de medicamentos genéricos em Portugal ronda os 49%, o que significa que apenas metade dos utentes beneficiam destes fármacos, revela um estudo, segundo o qual ainda existe margem de progressão na adoção destas terapêuticas.
Um em cada três médicos de Medicina Geral e Familiar inquiridos num estudo sobre medicamentos genéricos ainda apresenta algumas reservas relativamente à sua eficácia e um quarto sobre a sua composição em relação aos fármacos originadores.
A Comissão Europeia decidiu hoje multar as farmacêuticas Cephalon, norte-americana, e Teva, israelita, em 60,5 milhões de euros por terem concordado adiar por vários anos a entrada no mercado de um genérico de medicamento para distúrbios do sono.
A gigante israelita de medicamentos genéricos Teva ofereceu aos hospitais portugueses 50 mil doses do seu medicamento usado para a malária, que pode ser eficaz no combate à pandemia de COVID-19. O sulfato de hidroxicloroquina está aprovado no tratamento da malária, lúpus eritematoso e artrite reumat