O primeiro-ministro recomenda evitar deslocações desnecessárias, locais de risco, contactos sociais não necessários e tocar com as mãos na cara como parte de um conjunto de medidas de prevenção contra o COVID-19.
"Temos de evitar cumprimentos mais entusiastas, o que não significa ser mal educado", frisou o primeiro-ministro, esta manhã, numa conferência de imprensa em Lisboa.
Nesse sentido, António Costa recomendou a adoção de "comportamentos responsáveis para prevenir a difusão da doença" e "continuar a agir com serenidade e precaução", adiantando que o governo e as autoridades de saúde não vão hesitar em adotar as medidas necessárias caso seja necessário.
"O número de casos em Portugal é ainda inferior aos de outros países europeus, nomeadamente os nossos vizinhos. Pode significar que houve pouca transmissão e temos um clima privilegiado, mas também pode significar que ainda estejamos numa fase inicial da propagação do surto em Portugal. Vamos preparar-nos para o pior cenário, desejando o melhor", afirmou.
O primeiro-ministro admitiu o cenário de encerramento das escolas, antecipando as férias da Páscoa, por causa do surto do Covid-19. “Nós adotaremos as medidas que os técnicos considerem ser justificado adotar. Não podemos ter cada um a sua opinião. Estamos a falar de uma matéria que não é de opção política. É uma questão em que os políticos devem agir em função da melhor informação técnica disponível”, afirmou após uma reunião de mais de duas horas com oito ministros de áreas ligadas à resposta ao surto, na residência oficial de São Bento, para preparar o Conselho Europeu por videochamada, que tem lugar esta tarde, às 16:00.
A questão do encerramento das escolas é, disse, uma das matérias que o Governo vai colocar “expressamente” para análise do Conselho Nacional de Saúde Pública, na quarta-feira. Seja qual for a posição que este órgão tomar, “generalizar o encerramento das escolas” ou manter a opção de apenas encerrar aquelas onde “há focos de infeção e riscos de contaminação”, o executivo tomará “imediatamente” essa medida, acrescentou.
A ministra da Saúde, Marta Temido, pediu o seguimento das recomendações da DGS e "aquilo que vai ser indicado a cada momento" pelas autoridades de saúde. Acrescentando ainda que as medidas devem ser tomadas “consoante o critério de risco de cada situação”, concluiu.
41 casos confirmados
Portugal regista 41 casos confirmados de infeção por COVID-19, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
A DGS comunicou também que em Portugal se atingiu um total de 375 casos suspeitos desde o início da epidemia, dos quais 83 ainda a aguardar resultados laboratoriais.
Face ao aumento de casos, o Governo ordenou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte.
Foram também encerrados alguns estabelecimentos de ensino, sobretudo no Norte do país, assim como ginásios, bibliotecas, piscinas e cinemas.
Vírus alastra no mundo
O número de pessoas infetadas desde dezembro passado pelo novo coronavírus em todo o mundo aumentou para 114.151, entre as quais morreram 4.012, segundo um balanço feito pela agência noticiosa France-Presse (AFP), com dados atualizados às 09:00 de hoje.
Citando fontes oficiais, a AFP diz que, no total, foram registadas em 105 países e territórios 898 contaminações e 48 novas mortes desde o último balanço, às 17:00 de domingo.
A China continental (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia eclodiu no final de dezembro, teve 80.754 casos, incluindo 3.136 mortes. Entre as 17:00 de domingo e as 09:00 de hoje foram anunciadas 19 novas infeções e 17 novas mortes no país.
Em outras partes do mundo, foram registados 33.397 casos (877 novos) até às 09:00 de hoje, incluindo 876 mortes (31 novas).
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