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As temperaturas altas mais extremas registaram-se na Austrália
5 de fevereiro de 2014 - 11h33
O ano de 2013 foi, juntamente com 2007, o sexto ano mais quente desde meados do século XIX, quando começou o registo moderno de temperaturas, anunciou hoje a Organização Meteorológica Mundial (OMM), considerando que esta é mais uma confirmação das alterações climáticas.
"A temperatura mundial do ano 2013 é congruente com a tendência para o aquecimento a longo prazo", disse o máximo responsável da OMM, Michel Jarraud.
Tanto em 2013 como em 2007, as temperaturas da superfície do oceano e da terra foram superiores em 0,5 graus centígrados à média de 1961-1990, e 0,03 graus centígrados mais altas do que a média do decénio mais recente (2001-2010).
Deixando sem argumentos os que ainda rebatem o fenómeno das alterações climáticas, a agência da ONU para as ciências meteorológicas precisou que 13 dos 14 anos mais quentes de que há registo ocorreram no século XXI.
Os mais quentes de todos foram 2005 e 2010, com temperaturas mundiais superiores em 0,55 graus centígrados à média a longo prazo.
Segue-se 1998, durante o qual ocorreu um episódio do fenómeno El Niño excecionalmente intenso, segundo a organização, sediada em Genebra.
A OMM sublinha ainda que 2013 foi um dos quatro anos com temperaturas mais altas em condições neutras, ou seja, sem episódios de El Niño ou de La Niña, responsáveis pelo aquecimento e arrefecimento de extensas zonas do mar, respetivamente.
"O ritmo de aquecimento não é uniforme, mas é inegável. Dado o volume sem precedentes de gases com efeito de estufa na atmosfera, as gerações futuras viverão num mundo em que as temperaturas mundiais continuarão a aumentar", estimou Jarraud.
E acrescentou: "A nossa ação ou inação para reduzir as emissões de dióxido de carbono e outros gases que retêm o calor determinará o estado em que os nossos filhos, netos e bisnetos encontrarão o planeta".
Os dados hoje divulgados pela OMM são um avanço da versão completa da sua declaração sobre o estado do clima em 2013, que será publicada em março de 2014 com pormenores sobre precipitação, inundações, secas, ciclones tropicais, a cobertura de gelo e o nível do mar à escala regional.
Neste momento, os cientistas da OMM estão a reunir informações entre os seus 191 Estados membros sobre as tendências e os fenómenos extremos à escala nacional em 2013.
Em 2013, as temperaturas altas mais extremas registaram-se na Austrália, que viveu o ano mais quente de que há registo.
Já em janeiro a agência norte-americana para a Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA) e a Agência Espacial Norte-Americana (NASA) divulgaram dados sobre as temperaturas mundiais, com resultados ligeiramente diferentes.
Segundo a NOAA, 2013 foi o quarto mais quente desde que começaram os registos, em 1880, com uma média combinada das temperaturas da superfície terrestre e oceânica 0,62 graus Celsius superior à média do século XX, de 13,9 graus Celsius.
Já os dados da NASA colocam 2013 como o sétimo mais quente.
No entanto, também os especialistas da NASA consideram clara a tendência geral para um globo mais quente.
SAPO Saúde com Lusa
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