Quais são os comportamentos de risco mais comuns dos tutores de animais de estimação no verão?
Os comportamento de risco que os tutores de animais de companhia podem, inadvertidamente, colocar em prática na altura do verão variam mediante a espécie do animal que têm em casa:
- No caso dos gatos, uma das práticas mais perigosas é deixar janelas de apartamentos abertas para arejar, facilitando a circulação do gato nas varandas e parapeitos elevados. Esse cenário aumenta o risco de quedas, que frequentemente resultam em lesões fatais ou graves, especialmente durante esta época. É crucial garantir que as janelas tenham proteções para impedir que os animais as abram ou saltem para o parapeito quando estão abertas. Outra prática não recomendada é levar o gato para as férias - os gatos são animais que geralmente não lidam bem com mudanças de rotina e ambientes desconhecidos, onde se sentem ameaçados e agitados. O ideal é que fiquem em casa, sob supervisão de alguém conhecido, que possa alimentá-lo, dar-lhe água, limpar a liteira e brincar com ele, de modo a estimulá-lo. Caso isso não seja possível, a melhor opção será recorrer a serviços de pet sitting ou hotéis para gatos;
- No caso dos cães, os riscos predominantes são os golpes de calor que podem ser causados por situações como deixar o cão dentro de um carro, onde a temperatura pode aumentar rapidamente, mesmo com as janelas entreabertas. Também a exposição prolongada ao sol em dias quentes, sem abrigo e água, pode resultar nesta problemática. É essencial evitar passeios nos momentos mais quentes do dia e prestar atenção especial às raças braquicéfalas - que possuem focinho achatado - e são mais propensas a problemas respiratórios. Outra preocupação são as queimaduras nas almofadas plantares dos cães, já que eles não possuem proteção nas extremidades das patas. É importante avaliar a temperatura do solo com a palma da mão antes de sair para passeios em pisos quentes, como pedra e alcatrão, que podem atingir temperaturas perigosas. Já em cães com pelagem e pele claras estão suscetíveis a queimaduras solares, principalmente nas extremidades das orelhas e do nariz. Evitar a exposição solar nos momentos mais quentes do dia e o uso de protetor solar específico para animais nessas áreas podem prevenir esse tipo de lesão.
Que cuidados extra se deve ter nesta altura do ano?
Durante o verão, é necessário adotar cuidados extras para cuidar dos animais de companhia. Para os que vivem dentro de casa, deve climatizar-se os ambientes e evitar a abertura de janelas sem supervisão, para não resultar em quedas. Tapetes refrescantes - fabricados com materiais que podem ser refrigerados e onde os animais se podem deitar - podem também ser úteis. Os animais ao ar livre devem ter sempre acesso à sombra e estarem hidratados com água fresca. Se sair com o cão é uma possibilidade, o tutor deve fazer-se acompanhar de um recipiente para beber água. Para os gatos devem promover a ingestão de água com fontes, várias taças disponíveis pela casa, alimentos húmidos e suplementos que ajudem a prevenir desidratação.
Qual o período máximo de tempo que se pode deixar um cão ou um gato sozinho?
Varia entre espécies, assim como de animal para animal, ou até se são animais que habitam estar no interior ou exterior. Em ambas as espécies devem ser asseguradas as necessidades básicas do animal, durante o período que se encontra sozinho (alimentação, hidratação, segurança, estimulação cognitiva com brinquedos, temperatura adequada, etc). Relativamente a horas, os cães não deveriam passar em média mais de 10 a 12 horas sozinhos e os gatos não mais de 24 horas.
Os pet hotéis são boas soluções? Porquê?
São, sem dúvida. No entanto, aconselhamos sempre que sejam selecionados pelo tutor previamente ao período de férias, para que possam visitar e conhecer, não só o local como a equipa que irá lidar com os animais aí hospedados. Só assim consegue garantir que são oferecidas as condições necessárias ao bem-estar do animal e disponibilidade de serviço médico-veterinário, em caso de emergência ou de animais que necessitem de cuidados médicos continuados.
Que consequências podem advir de ausências prolongadas dos donos?
Os cães e gatos - apesar de não o demonstrarem da mesma forma do que nós - também podem ficar profundamente tristes pela ausência da sua família humana. Isto acaba por impactar, por exemplo, na ingestão de alimento (tendência para ser reduzida), desinteresse por brincar ou alterações de comportamento, como comportamentos destrutivos ou, ainda que em situações menos comuns, até mesmo agressivos. Por isso é que é tão importante preparar a nossa ausência de férias selecionando um cuidador ao domicílio (mais comum para gatos), seja ele um familiar, amigo ou serviço de pet sitting. Se deixar o animal em casa não é uma opção, deve optar-se por um destino de férias dog friendly (hotel, praia).
Que tipo de atitudes não são de todo toleradas aos donos?
Creio que podemos afirmar que qualquer tipo de violência – sobretudo a física – não é de todo tolerável. Dentro desta violência temos ainda de incluir o abandono animal, um dos flagelos que afeta gravemente a nossa sociedade na altura de férias grandes.
Cães de raças consideradas potencialmente perigosas deverão sempre ter colocado um açaime em locais públicos. É também da responsabilidade dos donos a circulação de animais de companhia com trela e na presença do tutor na via pública junto ao animal.
Por último, um dos comportamentos de que devemos destacar como não tolerado é a não recolha de dejetos na via pública.
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