Nas reuniões científicas da Associação Norte-americana do Coração, um grupo de investigadores do Centro Moriguchi de Saúde em Osaka, no Japão, revelou que as pessoas que usam transportes públicos diariamente têm menor risco de diabetes, hipertensão e excesso de peso.

Hisako Tsuji e a sua equipa analisaram quase 6.000 cidadãos japoneses em 2012 para estabelecer as conclusões que agora apresentaram em Orlando, no Estado da Flórida.

Vale a pena frisar que toda a população estudada nasceu no Japão - com uma taxa de obesidade menor do que a observada globalmente nos Estados Unidos ou Portugal. Também não é possível, a partir dos dados fornecidos no estudo, qualificar a saúde base de ambas as populações: as que andavam de carro e as que se deslocavam de autocarro. O estudo sustem-se, apenas, na rotina diária.

Segundo a análise agora publicada, quem usa autocarro tem 44% menor risco de tensão arterial elevada, 34% menos hipóteses de desenvolver diabetes e 44% menos probabilidades de ter excesso de peso do que os condutores de automóveis particulares.

De acordo com os investigadores, isto deve-se ao facto da população que usa transportes públicos ter de se deslocar para as paragens de metro ou autocarro. Já se sabia que a Organização Mundial de Saúde recomendava, de forma resumida, 30 minutos de exercício diário - como caminhar.

Outro trabalho prévio realizado no Canadá, com base em 1.000 pessoas avaliadas durante 10 anos, demonstrou que viver em bairros onde é mais fácil deslocar-se a pé representa melhores resultados na análise da tensão arterial para a população local.

Neste estudo, Maria Chiu e os colegas do Instituto de Ciências Clínicas de Ontário (Canadá) criaram uma espécie de índice de mobilidade em que mediam a facilidade de aceder a parques, lojas e escolas de uma determinada zona da cidade.

Tendo por base dados históricos sobre a saúde dos participantes, os investigadores puderam concluir que os cidadãos que necessitavam de se deslocar de carro na sua zona de residência tinham um risco 54% maior de hipertensão do que aqueles que o poderiam fazer a pé.