Neste artigo, a médica imunoalergologista Marta Chambel fala-nos sobre as diferenças entre a alergia alimentar e a intolerância alimentar.
A alergia alimentar existe quando existe uma reação do sistema imunológico (ou sistema de defesas) contra o alimento. O alimento é reconhecido como um fator estranho e agressivo para o organismo, pelo que se defende contra ele. É esta reação de defesa que causa os sintomas da reação alérgica.
A intolerância alimentar existe quando a digestão do alimento está comprometida. Quando existe intolerância a um ou mais alimentos não existe envolvimento do sistema imunológico, ou seja, o organismo não reage contra o alimento.
A alergia alimentar pode causar diferentes reações. As reações podem ser imediatas (até 2 horas após a ingestão) ou tardias (mais de 2 horas depois de ser ingerido). Os sintomas são variados:
- Babas / manchas no corpo com comichão
- Lábios, língua, olhos inchados
- Tosse, falta de ar
- Nariz entupido, espirros, lacrimejo
- Vómitos, diarreia, cólicas abdominais
As reações alérgicas aos alimentos podem ter uma gravidade variável. Em algumas pessoas o contacto com quantidades imperceptíveis do alimento pode ser o suficiente para causar uma reação grave e potencialmente fatal. É muito importante que sejam respeitados todos os cuidados para evitar o contacto com o alimento ao qual existe alergia.
Os sintomas de intolerância alimentar diferem dos sintomas de alergia alimentar.
São exemplos de sintomas de intolerância alimentar:
- Alterações do trânsito intestinal (obstipação, diarreia)
- Dor de barriga, barriga inchada
- Acumulação de gases
- Enfartamento
- Azia
- Dores de cabeça
- Irritabilidade ou nervosismo
Quando existem sintomas gastrointestinais sugestivos de intolerância alimentar é muito importante que seja excluída a presença de uma doença do trato gastrointestinal (estômago ou intestinos).
Uma das grandes diferenças entre alergia alimentar e intolerância alimentar é a potencial gravidade da reação. Conforme já mencionado, para uma pessoa com alergia alimentar o contacto com vestígios ou quantidades imperceptíveis do alimento pode ser suficiente para desencadear uma reação potencialmente fatal. Quando se trata de intolerância alimentar, o contacto ou ingestão do alimento pode causar sintomas bastante incomodativos e intensos mas que nunca serão graves e potencialmente fatais.
No entanto, em ambas as situações deve ser respeitada a evicção do alimento em causa quer para evitar reações alérgicas graves quer para evitar sintomas incomodativos e com interferência na qualidade de vida.
Um artigo da médica imunoalergologista Marta Chambel.
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