Este artigo tem mais de 10 anos
Análises da Greenpeace encontrou peças com químicos que causam perturbações hormonais
14 de janeiro de 2014 - 11h53
A empresa de vestuário desportivo Adidas Internacional garantiu hoje à Lusa que os níveis de produtos classificados como tóxicos encontrados pela organização ambientalista Greenpeace em roupas infantis daquela marca satisfazem os limites legais e são inofensivos.
“Os resultados e as concentrações nomeadas [numa análise feita pela Greenpeace] satisfazem plenamente as exigências legais e, portanto, não causam riscos para a saúde”, afirmou à Lusa uma porta-voz do grupo internacional, Silvia Raccagni.
A associação ambientalista denunciou hoje ter encontrado produtos tóxicos nocivos à saúde em roupa infantil de várias marcas internacionais vendidas em 25 países, como a Adidas, mas também a Burberry, a Disney, a Primark ou a Nike.
A organização analisou 82 peças para crianças, desde camisas a sapatos e fatos de banho, de um conjunto de marcas que também incluiu a H&M, a Puma, a American Apparel, a GAP, a Uniglo ou a Li-Ning.
De acordo com o relatório hoje apresentado, as análises mostraram que a maioria das peças continha químicos que causam perturbações hormonais ou afetam o processo reprodutivo.
“Verificámos cuidadosamente os resultados do mais recente relatório da Greenpeace "Um pouco da história sobre os monstros no seu armário", disse a responsável da Adidas, referindo que o documento classificava como excessiva a concentração de ácido perfluorooctanóico (PFOA) nos fatos de banho infantis da Adidas.
Apesar de admitir que “os resultados divulgados pela Greenpeace são “uma oportunidade de verificar novamente os materiais por um instituto independente”, a porta-voz da Adidas garantiu que o uso do produto não provoca riscos para a saúde.
“O produto foi totalmente testado e cumpre todos os requisitos jurídicos internacionais aplicáveis”, afirmou.
Ainda assim, a marca tem como objetivo retirar todos os componentes desta substância química das roupas produzidas pela Adidas “até 1 de janeiro de 2015”, tendo “eliminado a utilização destes componentes na coleção outono/inverno de 2014”.
Os produtos analisados pela Greenpeace foram adquiridos entre maio e junho do ano passado em lojas oficiais das marcas situadas em países como a Espanha, a Itália, os Estados Unidos, a Colômbia, o México e a Argentina, e foram fabricados em 12 estados.
A organização verificou que um terço da produção proveio da China, país que a Greenpeace defende dever ser o primeiro a ver a sua exportação bloqueada.
A Lusa contactou as outras marcas nomeadas pelo relatório da Greenpeace, mas até ao momento ainda não obteve respostas.
Lusa
Comentários