Sensação de tremor no coração, palpitações rápidas e irregulares, desconforto no peito ou cansaço são os sintomas mais frequentes da fibrilhação auricular (FA). No entanto, os especialistas alertam que esta arritmia, responsável por cerca de 20 por cento dos acidentes vasculares cerebrais (AVC), é muitas vezes silenciosa.
“Em muitos casos, a FA pode ocorrer sem sintomas, sendo apenas detetada quando surgem complicações graves, como o AVC. Geralmente os doentes queixam-se de palpitações e fadiga e basta um eletrocardiograma para detetar a arritmia”, explica o Dr. Jorge Ferreira, cardiologista do Hospital de Santa Cruz.
A FA, a alteração mais comum do ritmo cardíaco, caracteriza-se por um ritmo cardíaco irregular, geralmente associado a uma frequência cardíaca rápida. O AVC ocorre devido à formação de coágulos de sangue no coração que podem deslocar-se através da corrente sanguínea e bloquear o afluxo de sangue ao cérebro. 
“A idade, a obesidade, o tabagismo e a genética são fatores de risco desta doença e a prevenção das complicações que dela advêm passa não só por controlá-los, mas também pela utilização de anticoagulantes orais para prevenir o AVC”, adverte o especialista.
Os AVC’s relacionados com a FA tendem a ser mais graves, incapacitantes e causadores de morte, do que os outros tipos de AVC’s. Em Portugal, o AVC é responsável pelo internamento de mais de 25 mil doentes por ano e 50 por cento dos doentes que sobrevivem ficam com limitações nas atividades da vida diária. 
A fibrilhação auricular é uma forma de arritmia cardíaca em que as aurículas apresentam movimentos irregulares, que fazem com que o sangue não flua corretamente, podendo provocar a formação de coágulos. Estes coágulos podem deslocar-se e ocluir um vaso cerebral, causando danos irreversíveis.
O Dia Mundial do Coração celebra-se este sábado, sob o lema Um Mundo, Uma Casa, Um Coração, iniciado em 2011.
29 de setembro de 2012
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