Esta técnica de massagem promove um estado de relaxamento quase espiritual, eliminando o stress, desbloqueando energias e renovando a paz interior. A fibra produzida pelo cultivo do bicho-da-seda é, sem dúvida, um dos mais nobres materiais têxteis que o Homem já utilizou para a fabricação de fios e tecidos. O seu brilho, aspecto e toque são únicos.
Os seus filamentos são um dos mais finos que se conhecem na natureza, além de ser uma fibra resistente que absorve a humidade e a sudação, sendo, neste sentido, ideal para ser utilizada em massagens. A massagem com sedas tem raízes asiáticas e é muito versátil, na medida em que é possível combinar um conjunto numeroso de técnicas com a utilização deste material, consoante a necessidade do cliente.
É por isso que não existe uma sequência pré-definida já que todo o cuidado é aplicado de acordo com essas necessidades. Efectivamente, o toque da seda é que faz toda a diferença. Como não se aplicam óleos, o toque é mais natural. Os movimentos são adaptados à textura do tecido de forma fluida e pura. Longos, suavizantes e acariciantes, os movimentos na massagem com sedas exercem maior pressão no sentido do coração para promover a circulação e o fluxo linfático, tendo como objectivo final o bem-estar e o relaxamento.
Decúbito ventral
O ritual de boas-vindas passa por uma breve conversa onde o terapeuta tenta perceber quais são as nossas necessidades. De seguida, inicia-se o aquecimento na zona da nuca, que tem como objectivo libertar e relaxar os músculos, através de movimentos de rotação e torção efectuados com uma faixa de seda. Este primeiro contacto é essencial para a descompressão da zona do trapézio, omoplata e cervical.
É colocada depois uma faixa de seda sobre os nossos olhos para maximizar o relaxamento. Seguidamente, com o corpo totalmente coberto por uma faixa de seda, é aplicado um conjunto de manobras que têm início no pé esquerdo. São realizadas ao pé uma série de alongamentos, rotações e flexões. Aplicando a pressão com o polegar trabalha-se toda a zona podal.
As pernas são trabalhadas de uma forma ascendente, através da aplicação de movimentos de afloramentos, seguidos de amassamentos. Conforme a necessidade, poderá haver fricção circular ou pressão, de forma a trabalhar nos meridianos.
Na zona abdominal, após a aplicação de afloramentos, inicia-se uma sequência de movimentos de amassamento nas laterais terminando com deslizamentos que devem seguir o trajecto do cólon em direcção à pélvis. Finaliza-se a posição em decúbito ventral com pressões circulares e afloramentos na zona torácica, passando pelos ombros e terminando na nuca e na base do crânio.
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Decúbito dorsal
Iniciam-se pressões e amassamentos na região superior dos ombros, terminando em afloramentos circulares de cada omoplata até à base do crânio, em afloramentos em V. Seguidamente, são realizados movimentos de afloramentos em leque nas costas, finalizando com pressões profundas abaixo da omoplata. Nas omoplatas inicia-se uma sequência de fricções que finalizam na coluna, trabalhando todo o lado esquerdo das costas em movimentos Tui-na (China).
Ao chegar às ancas alivia-se a pressão, desliza-se e começa-se o mesmo processo do lado direito das costas. Na perna, trabalhando de uma forma ascendente, iniciam-se uma série de afloramentos, seguidos de amassamentos. Conforme a necessidade poderá haver fricção circular ou pressão transversal. Neste passo, deve dá-se especial atenção aos gémeos e às coxas que são trabalhados com movimentos vibratórios e movimentos “borboleta”, que transmitem pressão e alívio ao mesmo tempo.
Os alongamentos nas pernas devem ser executados com o auxílio do antebraço de modo a trabalhar também a parte dos glúteos. Para finalizar, o terapeuta coloca as suas mãos na nossa cabeça aplicando algumas técnicas de Champimassage (Indiana) e alguns alongamentos finais. Em ambas as posições (decúbito ventral e dorsal) serão aplicadas entre as várias manobras, técnicas de drenagem a nível das pernas, das costas e dos braços.
A seda sempre trouxe consigo um certo ar de nobreza. Conta-se que ela foi descoberta por uma imperatriz chinesa, que tomava uma chávena de chá sob uma amoreira, quando um casulo do bicho-da-seda caiu no seu chá. Ela, ao tentar puxar a ponta do fio do casulo, fez com que o fino fio de seda se desenrolasse, amolecido pela água quente do chá. Na China acreditam que a seda natural possui importantes potenciais energéticos.
Terapeuta: João Pedro Mendes
Modelo: Sandra Gonçalves
Fotografia: Paulo Neto
Agradecimentos: Quero Serenidade, Lisboa
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