A parentalidade é uma das missões mais exigentes e desafiantes que se pode experienciar, a parentalidade implica dúvidas, sobressaltos, amor e, principalmente, a capacidade de uma família se reinventar à medida que uma criança cresce. 

A verdade é que, por norma, à medida que uma criança se torna adolescente, os medos dos pais vão-se multiplicando, porque obrigatoriamente, sentem que a proteção que podem dar a um filho começa a ser cada vez mais limitada, cada vez menos constante. 

A melhor forma de passar a adolescência de um filho com o coração mais tranquilo, é preparar ativamente esse filho para a adolescência, para isso, é essencial ensiná-lo a:

1. Ser autónomo

Um adolescente precisa de ser capaz de se desenrascar sozinho, seja sendo capaz de cuidar de si próprio, de andar de transportes públicos, ou de resolver pequenos problemas, ou desafios, que surgem no dia a dia. Para que a adolescência se dê de forma mais tranquila, é essencial que na infância exista de forma ativa a preparação para a autonomia. 

2. Pensar e  tomar decisões por si

A adolescência é um período em que existe uma maior tendência a se ser influenciável pelo contexto, por isso, é fundamental que desde a infância se transmita à criança a capacidade de pensar por si própria e de tomar as suas próprias decisões de forma sensata e independentemente. 

3. Gerir a agressividade

Um adolescente precisa de arriscar, de estar mais tempo sem a presença de adultos que o protejam e, por isso mesmo, precisa de ser capaz de se proteger a si próprio sempre que necessário. Para que um adolescente o consiga fazer, é necessário que em criança tenha aprendido a gerir a sua agressividade, ou seja, aprendido a definir os seus limites na relação com os outros e saber qual a melhor forma de agir consoante as circunstâncias. 

É muito claro que a adolescência de um filho se prepara durante a sua infância e só quando uma criança é preparada e capacitada para os desafios da adolescência, os Pais conseguem serenamente ir abrindo espaço à proteção que lhe dão e permitindo que sozinha explore tudo aquilo que é, as relações e o mundo. 

Um artigo das psicólogas clínicas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.