O Bruxismo é um problema dentário desencadeado pelo movimento anormal da mandíbula, adquirido inconscientemente, e que consiste em deslizar as superfícies dos dentes superiores contra os inferiores.
Sendo uma patologia de ocorrência comum, o bruxismo é encontrado em todas as faixas etárias, com prevalência semelhante em ambos os sexos. Já comprovado anteriormente em estudos, o bruxismo é uma das desordens funcionais dentárias mais prevalentes, destrutivas, e complexas, sendo tão antiga quanto o próprio homem.
Esta patologia causa um desgaste excessivo nas superfícies dentárias, sendo o esmalte a primeira estrutura a ser envolvida por ele. A carga parafuncional que resulta no desgaste anormal das superfícies dentárias é o sinal mais frequente desta patologia.
O bruxismo é associado ao stress em 100% dos casos. Todos os pacientes com sintomas de bruxismo têm aumento da tensão emocional e física. Fatores como um alinhamento incorreto dos dentes e má oclusão estão presentes na maior parte dos casos, mas dificilmente são suficientes para causar o problema na ausência de um aumento da tensão.
Por isso, para além da tensão acumulada e de mau posicionamento dos dentes, existem algumas doenças que podem originar este problema, como é o caso dos distúrbios do sono, doentes com diabetes, Parkinson, entre outros.
A doença pode atingir qualquer pessoa, mas é mais frequente entre os 15 e 35 anos. Assim como as causas, os sintomas são também muitos, os mais frequentes são: dores de ouvido, dores de cabeça, dentes desgastados e danificados (podendo levar à fratura dos mesmos), fadiga muscular, dor generalizada na zona da face.
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Podemos então dizer que, altamente associado ao stress emocional e físico, quando noturno, o bruxismo envolve movimentos rítmicos semelhantes ao da mastigação, com longos períodos de contração dos músculos mastigadores.
Esses movimentos, contrações, podem superar os realizados durante o esforço consciente, sendo a causa da dor muscular e fadiga. O período crítico é pela manhã (se a contração predominar à noite) ou de tarde (se predominar de dia). A dor é pior pela manhã e o desgaste pode chegar à gengiva.
Em dentes mais frágeis, sejam eles cariados ou tratados, o ranger pode provocar a sua fratura. Traumas repetidos e inflamação da gengiva levam à perda do suporte ósseo dos dentes, aumentando a sua mobilidade. A frequência e a severidade deste problema pode variar e aumentar a cada noite. Pode ser um episódio leve e ocasional ou um háb
O melhor é perceber que o problema não vem do nada e tentar achar as suas causas no dia a dia. Os sintomas de bruxismo são comuns durante o sono.
Ranger os dentes à noite e apertá-los durante o dia forma um problema progressivo onde o paciente perde os parâmetros e só percebe que tem bruxismo se prestar atenção à própria tensão muscular, ou se alguém ouvir o ranger noturno.
O diagnóstico geralmente é feito depois de surgirem algumas complicações. De modo geral, a população tem fases em que aperta os dentes de forma mais intensa, mas apenas são categorizados como portadores de bruxismo aqueles que os apertam acima de 30% do valor da máxima força de contração muscular.
O número de episódios durante o sono também é levado em consideração para o diagnóstico. As polissonografias, isto é, os exames do sono, ajudam a determinar esses dados. Alguns pacientes relatam que acordam com a sensação de que estavam a fazer ruído com os dentes.
Na grande maioria dos casos, porém, é o cônjuge ou alguém que dorme no mesmo quarto que percebe o problema. O bruxismo noturno pode ocorrer em todos os estágios do sono, sendo observado predominantemente no estágio II e virtualmente ausente nos estágios III e IV.
Quando relacionados com o sono, o bruxismo envolve movimentos rítmicos semelhantes ao da mastigação e longos períodos de contração dos músculos mastigadores. Okeson et al. (1994) observou que os episódios de bruxismo durante o sono estão também associados a um aumento na taxa de batimento cardíaco.
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Até hoje, não se conhece um método de tratamento para eliminar permanentemente o bruxismo. Em alguns casos, este problema pode aparecer e desaparecer passado alguns meses, principalmente em casos de stress temporário.
O primeiro passo é reconhecer o problema: o médico dentista deve fazer um "check up" da cavidade oral e verificar se existem alterações também de ordem física ou apenas emocional. A terapia que mais se utiliza neste problema é a utilização de placas de acrílico (goteira noturna de relaxamento muscular), realizadas pelo médico dentista, para dormir.
Estas placas reduzem a atividade dos músculos durante a noite logo após a sua inserção, e protegem os dentes dos desgastes provocados por aquele hábito. É comum a recidiva do bruxismo após a suspensão de um tratamento a longo prazo com placa interoclusal. Hábitos como mastigar pastilhas elásticas, morder ou apertar objetos estranhos, devem ser considerados como um vício concomitante do bruxismo e, portanto, devem ser eliminados durante o tratamento.
Até ao presente momento a cura permanente do bruxismo é desconhecida e a sua etiologia ainda não está suficientemente esclarecida. A conduta do médico dentista face ao paciente portador de bruxismo deve ser voltada para:
Se ela é utilizada, após um tratamento protético de uma disfunção temporomandibular, o seu papel é assegurar a conservação das estruturas protéticas realizadas e, ao mesmo tempo, fazer com que o paciente tome consciência do bruxismo, podendo, deste modo, diminui-lo ou, inclusivé, evitá-lo durante o dia.
Ao contrário, o bruxismo noturno persiste na maioria das situações. Assim, é necessário aconselhar o paciente a utilizar uma goteira oclusal noturna, que poderá colocar, eventualmente, durante o dia em períodos de maior stress. O seu papel é manter e conservar os resultados conseguidos após o tratamento da disfunção temporomandibular. Estas goteiras são feitas em acrílico rígido com cerca de dois milímetros de espessura.
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Um passo importante para tentar curar ou pelo menos diminuir o bruxismo é eliminar a tensão psicológica. Isto pode ser feito através de desportos como o ioga. Os exercícios de relaxamento e técnicas de massagem relaxantes são também essenciais.
Já distúrbios psiquiátricos, como depressão e ansiedade, devem ser aliviados e medicados se necessário. Como já dissemos, diversas técnicas de relaxamento podem ser úteis neste problema. A terapia sacrocraniana é uma terapia usada para libertar tensões e compressões no sistema sacro-craniano, no corpo e nos órgãos, por forma a conseguir obter mais e melhor saúde, e mais bem-estar.
A terapia sacro-craniana talvez seja das terapias que provoca um maior relaxamento no menor espaço de tempo. As suas várias técnicas são usadas para o conseguir e assim levar a pessoa a estar mais relaxada, e recetiva a todos os benefícios que ela pode obter desta técnica.
As tensões e emoções traduzem- se em compressões, não só musculares, mas também a nível de compressões de todos os nossos órgãos internos, o que altera o seu bom funcionamento. Como se isto não bastasse, temos de lembrar- nos que os nervos passam através dos tecidos para irem enervar tecidos e órgãos.
Ora, se os tecidos e órgãos por onde eles passam estiverem tensos a comunicação nervosa acaba por ser menor, ou prejudicada. Com os anos, acabam por surgir ou por se agravarem problemas de saúde. É quando andamos mais tensos que a nossa coluna e, por vezes, a cabeça (para além dos órgãos e do resto do corpo) mais se queixam.
São bem conhecidos os efeitos da massagem no alívio de dores e tensões assim como no bem-estar e na saúde. Assim, toda e qualquer técnica que liberte tensões é bem vinda e desejada. Ela (seja ela qual for) não é apenas um luxo, mas sim uma forma de nos dar mais saúde e bem-estar.
No entanto, não basta o relaxamento para libertar as tensões acumuladas ao longo dos anos, é preciso saber como as libertar, e é aí que a terapia sacro-craniana entra, pois consegue ir mais além e levar o corpo a desmemorizar as memórias celulares, levando assim a um melhor funcionamento do corpo a todos os níveis.
A terapia sacro-craniana (ou Crânio Sacral) e as suas técnicas são usadas para libertar as tensões do sistema sacro-craniano, e de todo o corpo.
Agradecimentos: Dr. José Oliveira, médico dentista, Universidade de Coimbra; José Santiago Terapeuta de Sacro-Craniana e Mio Fascial
Fotografia entrada: © Anatoly Tiplyashin - Fotolia.com
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