De acordo com um estudo da Marktest, divulgado em março de 2021, três em cada quatro portugueses tinham o hábito de consumir café em casa. Temos a perceção de que o café é um dos melhores amigos dos portugueses e depois de uma pandemia, a tendência de consumo, sobretudo em casa, parece ter vindo a aumentar.
No entanto, o café de especialidade é um fenómeno pré-pandemia, e em Lisboa temos exemplos como Royal Rawness, a Fábrica Coffee Roasters ou o Copenhagen Coffee Lab como espaços que já existiam e que eram apreciados. Mas a verdade é que o café de especialidade parece estar a chamar cada vez mais a atenção dos consumidores e isso tem repercussão na oferta. O facto de os portugueses estarem a consumir mais café em casa é um ponto a favor. Veja-se por exemplo a aposta da Delta nesse segmento com a abertura das lojas Coffee House Experience nos últimos anos, ou a experiência que relatámos aqui, na pastelaria do Bairro Alto Hotel.
“Em matéria do número de lojas, de número de torrefações, de investidores externos, nota-se um aumento. Tenho muitos ex-alunos que abriram torrefações seja em Lisboa, seja no Norte [do país], seja em Faro e vingando. Mesmo com o baque da COVID-19, eles conseguiram manter-se, vendendo online, por exemplo”, explica-nos Leandro Lee, formador e barista da Fábrica Coffee Roasters, no workshop de apresentação da mais recente novidade da Sage Appliances.
O ano de 2020 vê chegar a Portugal a Sage, marca internacional de eletrodomésticos de cozinha inteligentes com 80 anos de experiência e presente em mais de 70 países. Com uma oferta muito diversificada de máquinas de café, ao estilo profissional, mas para habitarem as nossas casas, em setembro de 2023 a marca lança a sua mais recente inovação, a Barista TouchTM Impress.
Esta máquina vem simplificar todo o processo de extração do café mesmo para aqueles que fujam deste tipo de equipamento mais complexo. A verdade é que não é uma máquina tão instantânea como as de cápsula, mas apresenta soluções bastante interessantes. E a grande novidade deste lançamento é o facto de ser uma máquina com uma função para bebidas vegetais, que se podem colocar como um desafio para os apreciadores de café que procurem alternativas ao leite de vaca.
Através de um novo sistema com a tecnologia Auto MilQ, permite fazer espuma de forma eficiente e esta assume a temperatura e a forma certas para cada tipo de bebida vegetal, nomeadamente aveia, amêndoa e soja. De acordo com a marca, uma vez que bebidas vegetais são muito mais fáceis de processar e aquecer do que o leite de vaca, esta tecnologia consegue reconhecer essas diferenças e calibrar a temperatura, o tempo, a pressão do ar e o vapor de forma automática. “Calcula-se que 20% dos consumidores mundiais bebam leites alternativos. Não temos dados específicos da Europa, mas nos EUA este consumo é de 21% e a média mundial situa-se nos 20%”, afirma Rui Neves, Business Development Manager da Sage, justificando assim a aposta da marca nesta funcionalidade específica.
Esta novidade no mercado também estreia o Barista Guidance no ecrã tátil, uma tecnologia que foi desenvolvida tendo em conta o feedback dos clientes. Uma espécie de Bimby do café, com passo a passo incorporado. “Eliminámos o trabalho de adivinhação do processo de marcação, com a máquina a fornecer feedback em tempo real sobre o tamanho da moagem, o tempo de extração e muito mais. É como ter um barista experiente ao seu lado, ajudando-o a aperfeiçoar o seu café do início ao fim”, explica em comunicado Con Psarologos, Diretor-Geral Global de Café da Sage.
O novo modelo também incorpora o seu sistema ImpressTM Puck, com dosagem inteligente para cada escolha de grão e tipo de bebida selecionada. A alavanca de "compactação assistida", que podemos ver na parte lateral da máquina, proporciona uma compactação consistente e precisa com uma rotação de 7°, assim como os profissionais. À medida que a alavanca de calcamento roda, polia automaticamente a superfície do disco, proporcionando mais precisão e menos sujidade.
A Barista TouchTM Impress pode ser um Ferrari das máquinas, mas o protagonista é mesmo o café. A Fábrica Coffee Roasters é parceira da Sage em Portugal e há um trabalho de divulgação que acaba por ser feito. “O café de especialidade é um café selecionado cujas frutas, sementes e todo o processo de secagem e torrefação favorecem os óleos essenciais e os ácidos naturais do café. Tem alguma carbonização, mas não chega ao ponto do café tradicional. E o mais importante de tudo, são cafés em que a matéria-prima não passou por um processo de fermentação negativa, que acaba por mofar o café e isso gera os elementos químicos que são nocivos para a nossa saúde”, explica ainda Leandro Lee.
Assim como o vinho, também o café, cujo consumo é feito através de lotes, que também podem passar por um processo de envelhecimento e cujo terroir tem influência, assim como o ano de safra.
“A forma que a indústria encontrou para haver algum standard de sabor e diminuir a flutuação de qualidade é fazer blends. É assim que, por exemplo, a Nespresso e a Delta conseguem manter os seus standards”, explica o barista que acrescenta que no caso do café de especialidade o que é privilegiado é o grão propriamente dito. “Nós procuramos o melhor que ele tem para dar. Num ano pode ser mais achocolatado, noutro pode ter mais notas de limão, às vezes o ano não foi assim tão bom e deixamos de comprar aquele lote para depois comercializar. Existem essas flutuações, o que é interessante porque muito provavelmente se gostou de um determinado café, a probabilidade é que não volte a provar nada semelhante”.
A Barista TouchTM Impress tem um PVP de 1.299,90€ e vai estar disponível no El Corte Inglés, Worten e FNAC e também online no site da Sage.
“Hoje as pessoas conseguem perceber que vale a pena investir um pouco mais em uma matéria-prima com mais qualidade. É lógico que o café tradicional não vai deixar de existir até porque é para as grandes massas. Mas para aqueles que têm uma capacidade financeira um pouco maior, notamos esse ritmo de investimento. Não vou negar que é um luxo, um mercado de nicho, mas é um luxo acessível. Não é como gastar 300€ numa boa garrafa de vinho”, conclui Leandro Lee que tem notado um crescimento consistente de consumidores portugueses nos últimos anos, totalizando neste momento pelo menos 20% dos seus clientes habituais.
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